Rio de Janeiro

DESEMPREGO

Nas favelas do RJ, 54% dos entrevistados perderam o emprego formal na pandemia da covid-19

Coletivo Movimentos ressalta que ajuda veio mais de moradores e associações do que do governo federal

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Entre os moradores entrevistados que estão com trabalho, apenas 26% possui carteira assinada
Entre os moradores entrevistados que estão com trabalho, apenas 26% possui carteira assinada - Agência Brasil

Uma pesquisa do coletivo Movimentos, formado por jovens de diversas favelas e periferias do Rio de Janeiro, mostra que 54% dos moradores destas localidades que estavam no mercado de trabalho perderam o emprego formal durante a pandemia da covid-19.

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O estudo foi divulgado nesta segunda-feira (27) e abrange moradores dos complexos da Maré e do Alemão, na zona norte do Rio, e da Cidade de Deus, na zona oeste.

Entre os entrevistados que estão empregados, 54% afirmaram estar trabalhando no momento da pesquisa, mas enfrentar dificuldades nos últimos meses, enquanto 34% declararam-se majoritariamente como profissionais liberais e com trabalhos informais e apenas 26% afirmou possuir carteira assinada.

O estudo informa, ainda, que 62% das pessoas nas favelas em questão solicitam o auxílio emergencial, mas somente metade delas (52%) de fato receberam o benefício. O Movimentos salienta que a demora do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para sancionar o auxílio prejudicou a população. Na época, Bolsonaro queria pagar benefício de R$ 200, mas foi vencido pelo Congresso.

"Somente após intensa disputa no Congresso Nacional o governo federal aprovou um auxílio emergencial no valor de 600 reais para autônomos, trabalhadores individuais e microempreendedores", ressalta o documento.

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O documento confirma também uma percepção de diversos atores sociais desde o início da pandemia. O Movimentos afirma que com a falta de políticas públicas e a omissão do Estado, coletivos, ONGs e novas frentes de solidariedade de organizaram em campanhas de arrecadação e distribuição de cestas básicas e kits de higiene nas favelas. 

"Essas iniciativas fizeram (e continuam fazendo) a diferença na vida de dezenas de milhares de famílias, assumindo um papel que deveria 
ser do Estado", aponta a pesquisa.

Edição: Eduardo Miranda