Rio de Janeiro

INVESTIGAÇÃO

Polícia constata que explosivo artesanal foi usado em ataque ao Consulado da China no Rio

Atentado foi repudiado pelas embaixadas da China e dos EUA que cobram seriedade das autoridades brasileiras no caso

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Embaixada chinesa classificou a ação como "ato de grave violência" - AFP

A partir da perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e do Esquadrão Antibomba, a Polícia Civil do Rio constatou que o artefato usado no atentado ao Consulado Geral da China no Rio de Janeiro ocorrido na última quinta-feira (16) foi um explosivo artesanal. O homem que lançou o explosivo ainda não foi identificado. 

O ataque, que ocasionou danos à entrada do prédio, não teve feridos. No último sábado (18), o Consulado chinês soltou uma nota oficial em que classifica a ação como um “ato de grave violência” e cobra uma investigação séria do caso. 

“Foi um grave ato de violência ao qual o Consulado Geral da China manifesta veemente condenação. Mantendo estreita comunicação com as autoridades brasileiras, esta missão consular pede a investigação minuciosa sobre o ataque, a punição do culpado nos termos da lei e medidas cabíveis para evitar que incidentes similares voltem a ocorrer”, diz o comunicado que exige ainda medidas concretas para garantir a proteção da missão consular.

“O desenvolvimento sem sobressalto das relações sino-brasileiras corresponde aos interesses essenciais dos dois países. Não terá sucesso qualquer conspiração de pouquíssimas pessoas em destruir a amizade China-Brasil. Esperamos e temos a convicção de que o governo brasileiro tomará medidas concretas para proteger esta missão consular e seu pessoal, como prevê a Convenção de Viena sobre Relações Consulares, garantindo a segurança e a integridade das instalações e de seu pessoal”, ressalta o texto.

Repercussão

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil também se manifestou sobre o atentado. Nas redes sociais, a representação do governo estadunidense classificou o ataque como “intimidação” e lembrou dos princípios que garantem a proteção à diplomatas.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio de nota, condenou o ataque e cobrou seriedade na investigação das autoridades brasileiras lembrando que ações como a ocorrida na última semana podem prejudicar as relações entre ambos os países.

“Tais condutas são inadmissíveis e podem macular as relações diplomáticas entre o Brasil e a China, cuja parceria mostra-se profícua e extremamente importante para o desenvolvimento de ambos os países e para o estreitamento de laços respeitosos de amizade que ultrapassam os contextos culturais e econômicos”, destaca a nota. 
 

Edição: Jaqueline Deister