O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, afastou o promotor que pediu investigação sobre possível participação sua no assassinato do presidente Jovenel Moïse. O promotor também havia emitido um alerta para impedi-lo de deixar o país.
Na carta em que afasta Bel-Ford Claude de suas funções, o premiê afirma que o promotor cometeu uma "falta administrativa grave", embora não detalhe qual seria essa infração. Posteriormente, Henry declarou que os "verdadeiros culpados" pelo assassinato serão encontrados pela justiça e "castigados por seu crime".
Claude utilizou como argumento para a investigação do primeiro-ministro supostas ligações entre Henry e Joseph Felix Badio, acusado de ser um dos autores intelectuais do crime, no dia do assassinato de Moïse. Autoridades haitianas prenderam 18 colombianos por suposta participação no crime, além de 12 membros das forças de segurança do presidente que não defenderam Moïse. O caso está sob a direção do juiz de instrução Garry Orélien.
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Após o afastamento de Claude, o secretário do Conselho de Ministros, Renald Lubérice, pediu para deixar o governo e citou a acusação do promotor. “Não saberia ficar sob a direção de uma pessoa nomeada por Jovenel Moïse, acusada de seu assassinato, que não entende como cooperar com a Justiça e busca, pelo contrário, por todos os meios, obstruí-la”, disse Lubérice.
Os movimentos sociais do Haiti questionam a legitimidade do mandato de Henry e apontam para um cenário de crise econômica, aumento da criminalidade em um país ainda duramente atingido por um terremoto que danificou centenas de milhares de construções e causou 1.914 mortes.
Após acordo entre o premiê e a oposição, as eleições do Haiti foram adiadas para o final de 2022.
*Com informações da Telesur.
Edição: Arturo Hartmann