Privatização

Um governo sério jamais entregaria a Eletrobras pro mercado, diz dirigente dos eletricitários

Jornal Brasil Atual recebe o presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo para falar sobre crise energética

Ouça o áudio:

Trabalhadores do setor elétrico protestam contra privatização da Eletrobras - 10 de junho de 2021 - Pedro França/Agência Senado

A usina hidrelétrica de Ilha Solteira, maior do Sudeste em potência instalada, operou nesta segunda-feira com apenas 1,82% da capacidade do seu reservatório. Reportagem de Tiago Pereira, da RBA, aponta que a queda no volume de água é vertiginosa e ameaça o seu funcionamento. Há uma semana, o reservatório da usina do Rio Paraná registrava 14,77% da sua capacidade. 

Para falar sobre a crise elétrica, o Jornal Brasil Atual Edição da Tarde recebe o Eduardo Annunciato, presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo. O dirigente sindical, conhecido como Chicão, afirmou que o racionamento de energia elétrica na região sudeste é uma certeza: "nossa previsão aqui é que em novembro vamos estar em situação crítica, porque houve um aumento da carga residencial, industrial e comercial, o calor e a seca reduziram os reservatórios de forma abrupta, o governo teimou em não fazer um horário de verão, errou ao não preservar as reservas hídricas pra este momento de estiagem que foi anunciado por todos os institutos de pesquisa; esse governo costuma errar em todas", lamenta Chicão. 

Em relação ao processo de privatização da Eletrobras promovido pelo governo Bolsonaro, o dirigente afirma que além de entregar uma empresa estratégica, os consumidores sofrerão com a medida: "Já foi comprovado, desde o governo FHC, que o argumento de que a privatização, e a disputa de mercado que ela traria, reduziria a tarifa, não aconteceu. Isso nunca aconteceu. Nas distribuidoras chegou a subir 275% acima da inflação a tarifa de energia. E com a privatização da Eletrobras não vai ser diferente". 

"Esse governo não sabe utilizar a máquina pública em favor do país, e atabalhoadamente está entregando uma ferramenta importante de regulação de mercado, que é a energia, que impacta em toda a produção nacional, seja indústria, comércio, residência; impacta na vida de todo mundo. Um governo sério, por motivos estratégicos, jamais entregaria uma Eletrobras pro mercado", diz o dirigente. Confira a entrevista a partir do minuto 33 do jornal.  


O jornal também traz detalhes sobre a resistência dos servidores municipais de Santos (SP), contra o Projeto de Lei Complementar (PLC) 30/2021, que altera as regras da Previdência do município. A dirigente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos (Sindserv) Teresa Cristina Borges, afirma que faz apenas duas semanas que o projeto está na Câmara e não houve nenhum tipo de debate com os trabalhadores.

Segundo a dirigente, a reforma da previdência afeta não apenas os trabalhadores da cidade, mas a economia de toda Baixada Santista, uma vez que muitos servidores trabalham em Santos, mas moram nas cidades vizinhas. 

A professora da rede municipal Viviane Ferreira, avalia que a proposta é nefasta, pois reduz o direito de todos à previdência, inclusive dos mais idosos. Segundo a servidora, sem mobilização da categoria, as chances de barrar o projeto são menores.

*Com informações de Larissa Bohrer. 

Confira o jornal completo no áudio acima. 

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O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.

 

Edição: Mauro Ramos