Rio de Janeiro

INVESTIGAÇÃO

Meninos de Belford Roxo (RJ): traficantes mataram crianças por furto de passarinho

Execução de meninos ocorreu em dezembro do ano passado e foi autorizada de dentro de complexo penitenciário

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Belford roxo
Lucas Matheus, de 8 anos, Alexandre da Silva, de 10, e Fernando Henrique, de 11, foram vistos pela última vez no dia 27 de dezembro do ano passado, quando saíram para brincar no campo de futebol - Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou nesta sexta-feira (10) que a morte de três crianças desaparecidas desde dezembro do ano passado ocorreu por causa de um suposto furto de passarinhos. O caso ocorreu na favela Castelar, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e os assassinatos foram autorizados pelo tráfico da região.

Willer da Silva, conhecido como "Estala" e que era chefe do tráfico na comunidade, pediu autorização para a execução a Wilton Quintanilha, conhecido como "Abelha", chefe da facção e que estava preso na época do crime. Em julho deste ano, o traficante deixou o presídio de forma irregular e ainda apertou a mão do então secretário de segurança pública Raphael Montenegro, preso por negociar acordos com facções.

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Segundo a polícia, na época da execução de Lucas Matheus, de 8 anos, Alexandre da Silva, de 10, e Fernando Henrique, de 11, o traficante não tinha conhecimento que as vítimas eram crianças. Com a repercussão negativa na comunidade após o desaparecimento, o "Estala" foi morto por outros traficantes no Complexo da Penha, zona norte da capital, como queima de arquivo.

“Os traficantes do Castelar mataram essas crianças autorizados pela cúpula da facção criminosa. O que a gente tem é que, quando pediu autorização pras chefias que estavam presas, do tráfico, pra punir aquelas crianças, não foi falado que eram crianças”, disse o secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, na manhã desta sexta-feira (10).

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No fim de maio, a Polícia Civil fez uma operação na favela Castelar e prendeu 17 pessoas, mas não informou se elas tinham relação com o desaparecimento dos meninos. Dois meses depois, policiais receberam a informação de que os corpos das crianças teriam sido jogados em um rio, mas até hoje nada foi encontrado nas investigações.

Edição: Eduardo Miranda