Começou nesta terça-feira (7) em Brasília a 2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, organizada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga).
O evento reúne 4 mil mulheres, de 150 povos, de todos os biomas brasileiros. Até sexta-feira (10), no espaço da Fundação Nacional de Artes (Funarte), elas realizarão uma série de atividades com o tema “Mulheres Originárias: reflorestando mentes para a cura da terra”.
Além disso, as mulheres também deve se unir ao demais indígenas que estão acampados na capital federal desde a semana passada. Eles acompanham o julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), do chamado marco temporal.
Nesse sentido, elas são contrárias à proposta pretende limitar a demarcação de terras indígenas às áreas ocupadas no momento da promulgação da Constituição de 1988. De acordo com Christiane Julião, do povo Pankararu de Pernambuco, uma das organizadoras da marcha, as indígenas devem ocupar a Praça dos Três Poderes nesta quinta-feira (9), durante julgamento do STF.
“As mulheres vêm com esse grito de liberdade. A nossa independência é estar nos nossos territórios regularizados. E poder usufruir desses espaços. sem medo de morrer por uma bala ‘perdida’, ou ser capturado no mato pelos jagunços dos coronéis e dos fazendeiros”, disse Christiane, em entrevista a Marilu Cabañas, para o Jornal Brasil Atual, nesta quarta-feira (8).
Sobre o tema da marcha, Christiane diz que é preciso reflorestar, literalmente, mas também simbolicamente. Primeiramente, como forma de mitigar os impactos do desmatamento, das queimadas e do garimpo ilegal. “Mas também é preciso reflorestar em afetos, sentimentos, emoções e acolhimentos”, defendeu.