Nesta terça-feira (7), pelo 27° ano consecutivo, movimentos populares marcam o Dia da Independência com atos do Grito dos Excluídos em todo o Brasil. No Rio de Janeiro, as manifestações acontecem tradicionalmente na região central da cidade e neste ano não será diferente. O ponto de concentração deste ano será na rua Uruguaiana com a avenida Presidente Vargas, a partir das 9h. A cobertura completa do ato pode ser acompanhada pelo portal do Brasil de Fato.
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O protesto está sendo organizado pelo Grito dos Excluídos - RJ em conjunto com o comitê Fora Bolsonaro, que é formado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além de partidos de esquerda, movimentos populares, torcidas organizadas e outros coletivos.
“Essa união demonstra a unidade das forças progressistas em defesa de um país sem fome e miséria. A expectativa é que seja um ato diverso, dada a pluralidade da organização. Acreditamos que será cheio. No entanto, caímos em algumas dificuldades, como o fato de ser feriadão e o medo do confronto com bolsonarista, embora este não seja a pretensão do Grito”, explica Maíra Marinho, militante do Levante Popular da Juventude.
Como medidas de segurança, a militante conta que a organização do ato está em articulação com o setor de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) para prestar qualquer atendimento necessário aos manifestantes. Além disso, militantes estão destacados para evitar confronto com bolsonaristas ou com a polícia.
“Não nos interessa fazer confronto físico e nem queremos que este dia se transforme num cenário de guerra. Queremos fazer a disputa de ideias, concepções, de projeto, em um ato pacífico, sem agressões físicas e que cada participante possa voltar para as suas casas”, complementa Maíra.
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O protesto está pautado nas crises econômica, social, política e sanitária que assolam o país. Entre as bandeiras de mobilização listadas pelos organizadores estão as quase 600 mil mortes pela covid-19; a corrupção na negociação de compra e distribuição das vacinas; o desmonte da saúde pública; a fome e o desemprego; a falta de moradia; o apoio aos povos indígenas dizendo “não ao Marco Temporal”; e a denúncia contra o tratamento dado a população em situação de rua.
“A alta no preço dos alimentos, nas contas e o arrocho econômico na vida do trabalhador demonstram a face mais perversa do projeto das elites, que é justamente a fome e a carestia, realidade presente hoje na vida do povo brasileiro depois de muitos anos. O Grito nasceu com esse intuito, de fazer um questionamento à ideia de independência forjada por aqueles que comandam o país há séculos. Os problemas do povo seguem os mesmos e se aprofundam neste momento de pandemia, e cabe à nós, lutadores e lutadoras populares, apresentarmos que é possível construirmos um Brasil sem miséria e exploração”, conclui Maíra.
Edição: Mariana Pitasse