Quando eu deixo de me vacinar isso não é liberdade individual, é egoísmo com o coletivo
Na última semana, diversos municípios do país anunciaram que passarão a exigir um comprovante de vacinação para que pessoas possam participar de eventos com aglomerações. É o chamado “passaporte da vacina” que tem gerado polêmica entre especialistas de saúde pública pela possibilidade de levar a uma falsa sensação de segurança, enquanto o vírus continua circulando e há um baixo percentual da população completamente imunizada.
A médica emergencista Tainá Vaz, da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, avalia que a medida é uma tentativa de governos de mostrar a população que há a possibilidade de retomar a vida normal, mas que na prática ela não é efetiva. “Minha questão é: qual o maior local de aglomeração no dia a dia? É transporte público. Como se vai obrigar a ter comprovante para entrar em restaurante se o metrô é lotado?”, questionou na edição de hoje (6) do Programa Bem Viver.
“Governos querem criar a ideia de que a vida vai voltar ao normal, mas acredito que este ano isso ainda não será possível, pelo que a ciência nos mostra”, disse lembrando que a vacina não impede a contaminação e que é necessário um grande percentual da população completamente vacinada para barrar a circulação do vírus. “Além da vacina, o que impede a circulação do vírus é não aglomerar. Será que é o momento de voltar para shows e grandes eventos?”
Na conversa, a médica lembrou que a vacinação é um ato de proteção coletiva e não individual. “Somos a favor da liberdade individual, mas ela termina quando você fere a liberdade do outro. A gente não toma vacina para si, para a proteção individual. Esse é um benefício secundário. O principal é a proteção coletiva. Quando eu deixo de me vacinar isso não é liberdade individual, é egoísmo com o bem maior, que é o coletivo.”
Fome no Brasil
O último capítulo da série especial de reportagens Fome no Brasil, do Brasil de Fato, vai até a capital federal conhecer famílias que se mudaram para a cidade em busca de emprego e moradia digna. Com a chegada da pandemia, acessar esses direitos se tornou um privilégio.
Uma das entrevistadas, que trabalha como catadora de material reciclável, conseguia juntar o mínimo para pagar as contas do mês, mas agora é obrigada a pedir comida para sustentar seu filho.
A dificuldade aumentou com as ações de despejo realizadas pelo governo do Distrito Federal, que atingiram algumas ocupações da região. O que tem garantido a alimentação de muitas famílias são ações de solidariedade, realizadas por movimentos populares de Brasília.
Investimento na reforma agrária
Desde a semana passada, está no ar uma plataforma para que pessoas físicas possam contribuir com o trabalho de agricultores familiares da reforma agrária e ainda ganhar dinheiro com esse investimento. Trata-se do Finapop, um sistema de investimentos direcionado às cooperativas da reforma agrária.
Com apenas R$ 100, o investidor ajuda a financiar um grupo de agricultura familiar e depois de um ano começa a receber de volta o valor com juros de 5,5%. O Finapop funciona por meio da bolsa de investimentos brasileira e está aberto para novos investidores até a próxima quinta-feira (9).
Paralimpíadas
O Brasil fez uma campanha histórica nos Jogos Paralímpicos de Tóquio alcançando um recorde de medalhas de ouro: foram 22 conquistas douradas, uma a mais que nos Jogos de Londres, em 2012, melhor marca da delegação até então. No quadro geral de medalhas, o país ficou em sétimo lugar, com 72 pódios.
Além das 22 medalhas de ouro foram 20 de prata e 30 de bronze. Algumas das vitórias brasileiras foram inéditas, como os ouros de Mariana D'Andrea, no halterofilismo, e de Alana Maldonado, no judô, além da vitória no goalball masculino. A última medalha brasileira nos Jogos de 2021 veio na maratona atlética com Alex Douglas, que ficou na segunda colocação.
A edição de Tóquio dos Jogos Paralímpicos registou ainda um recorde de medalhas conquistadas por mulheres brasileiras. As atletas trouxeram para casa 26 medalhas, sendo sete ouros, sete pratas e 12 bronzes, além de três pódios mistos na natação.
A cerimônia de encerramento foi realizada neste domingo (5) sem expectadores devido a pandemia. Ao mesmo tempo ocorreu um evento em Paris para celebrar a passagem de bastão para a capital francesa, que receberá a próxima edição dos Jogos, em 2024.
Quem carregou a bandeira brasileira na cerimônia foi o nadador Daniel Dias, maior medalhista brasileiro, que se despediu das piscinas nesta edição das Paralimpíadas, aos 33 anos, somando 27 medalhas.
Durante a cerimônia, foi exibido um vídeo da campanha "Nós os 15", que se propõe a defender os direitos da população com deficiência, que representam 15% da população mundial segundo a Organização das Nações Unidas. O vídeo trouxe a mensagem que os atletas com deficiência não são super heróis, mas pessoas extremamente comprometidas com o esporte que levam uma vida normal, enfrentando situações cotidianas comuns a todos.
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Edição: Sarah Fernandes