Nesta quinta-feira (2), o Observatório Social da Petrobrás (OSP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) subsidiaram a venda de 100 botijões de gás de cozinha a R$ 60 no distrito de Icoaraci, em Belém, no Pará. O público alvo atendido – com exclusividade – foram as famílias atendidas pelos programas sociais Bora Belém, Renda Pará e Bolsa Família, com a apresentação do cartão, limitado a uma unidade por família beneficiada.
O “Dia Nacional do Gás a Preço Justo” ocorreu na manhã de hoje também em bairros periféricos das cidades paulistas de São José dos Campos, Santos e São Sebastião e no Rio de Janeiro (RJ).
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A ação solidária foi promovida pelo Sindicato dos Petroleiros do Pará, Amazonas, Maranhão e Amapá e faz parte da campanha “Petrobrás para os Brasileiros” e quer mostrar à população que sem o PPI (Preço de Paridade de Importação), a política de preços imposta pelo governo Bolsonaro para a Petrobras é responsável pela alta dos combustíveis, o gás de cozinha poderia custar até 40% mais barato.
Preço Justo
O preço de R$ 60 a que foi vendido o gás foi calculado a partir de pesquisa do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) produzida para o Observatório. Esse número é resultado da análise da estrutura de custos da Petrobrás, eliminando o PPI.
No dia 29 de agosto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu – em uma de suas lives – uma solução polêmica para o aumento consecutivo do gás de cozinha no Brasil.
O chefe do Executivo pediu que os consumidores comprem o produto diretamente das distribuidoras, eliminando a alíquota do ICMS dos estados.
“Como eu gostaria que cada governador zerasse o ICMS do estado. Criar um vale-gás. Se zerar o ICMS, vai ser excelente. Logo poderíamos tratar da venda direita do botijão, a exemplo do etanol. Você pode pegar o seu caminhãozinho na tua comunidade e compraria 100 botijões. O frete do caminhãozinho cada um pagaria no condomínio. A margem de lucro seria zero para quem for entregar, já que é um trabalho comunitário”, disse Bolsonaro.
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No entanto, o modelo utilizado atualmente desde 2016 é o PPI, que define os valores cobrados pelos combustíveis em suas refinarias. Apesar de cerca de 80% dos derivados do petróleo serem produzidos no Brasil, o PPI segue o mercado internacional e se baseia, principalmente, nas variações do dólar e nas cotações do barril do petróleo.
Com isso, o consumidor brasileiro paga valor de importação em um produto nacional. Enquanto isso, Bolsonaro colocou à venda oito refinarias, que têm operado a 75% da carga.
“Com a ação do preço justo do gás queremos ajudar famílias necessitadas e dialogar com a população sobre o PPI. Ao contrário do discurso presidencial, não são os impostos estaduais os principais responsáveis pelos preços abusivos cobrados hoje no Brasil, até porque as alíquotas destes têm se mantido fixas no último período. Porém, Bolsonaro prefere enriquecer os grandes acionistas privados da empresa, os quais detêm hoje a maior parte dos papéis da Petrobras”, afirma o secretário-geral da FNP, Adaedson Costa.
Durante a ação solidária serão distribuídos materiais impressos com explicações sobre a política de preços do governo federal para o gás de cozinha, que já aumentou 38% só neste ano.
“Também queremos, com atividades como esta, formar comitês populares em defesa de uma Petrobrás 100% estatal e a serviço do povo brasileiro”, diz o dirigente.
Edição: Anelize Moreira