Crise Institucional

Ao vivo: O que esperar das manifestações pró-governo em 7 de setembro?

Brasil de Fato discute tema em transmissão pelas redes sociais com convidados e participação do público

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Manifestação bolsonarista em 1º de agosto; grupos de apoio ao presidente pretendem voltar às ruas no Dia da Independência - Nelson Almeida©/ AFP

Nesta quarta-feira (1), o Brasil de Fato promove uma conversa ao vivo sobre as manifestações pró-governo marcadas para o próximo 7 de setembro.

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Com transmissão pelas redes sociais, o debate será às 16h30 e terá participação do cientista política, Claudio Couto, professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), da advogada Julia Almeida Vasconcelos, mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e integrante do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, pesquisa sobre militarização da política no Brasil e o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues.

Para os bolsonaristas, o protesto seria uma espécie de ponto auge na crise institucional forçada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nos últimos meses. Sem pauta central clara, as chamadas para o ato se dividem em temas como exigência de voto impresso nas próximas eleições, "renovação" do Supremo Tribunal Federal (STF) e volta do regime militar.

Por canais conservadores de comunicação há convocatórias que citam também demandas mais exóticas, como a "criminalização do comunismo" e a criação de um regime político que só permita a existência de dois partidos.

Durante um evento em Uberlândia (MG), o presidente afirmou, “nunca uma outra oportunidade para o povo brasileiro foi tão importante ou será tão importante quanto esse próximo 7 de setembro”, mas não explicou ao que se referia.

Na transmissão ao vivo desta quarta-feira, o BdF analisa a estratégia de Bolsonaro ao incentivar o atrito entre os poderes e o caos institucional no país, as consequências sociais, econômicas e políticas desse movimento e o que as manifestações representam. 

Trajetória 

Desde os primeiros chamados, os atos conservadores vêm causando polêmica.  A convocatória inicial ocorreu em 14 de agosto, quando o cantor sertanejo Sérgio Reis publicou um vídeo nas redes sociais em que anunciava a realização de um protesto de 72 horas "para salvar o Brasil".

O artista não explicava objetivamente qual era a pauta do evento, mas logo a gravação se espalhou pelas redes com comentários que pediam "intervenção militar" e "afastamento de todos os ministros do STF".

No mesmo dia em que o vídeo foi publicado, Bolsonaro havia informado que ia levar ao Senado uma pedido de abertura de processo contra os ministros  do Supremo Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Ele sustenta que é alvo de perseguição por parte do judiciário brasileiro. 

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Áudios privados de Sérgio Reis, que foram vazados, também indicam a ofensiva contra tribunal. O artista afirmava que iria ao Senado com representantes de caminhoneiros e produtores de soja entregar uma "intimação para aprovar o voto impresso e para tirar todos os ministros do STF".

O cantor ameaçou liderar um movimento para impedir o tráfego nas rodovias brasileiras. Ao se referir aos ministros do Supremo, completou.

"Se em 30 dias eles não tirarem aqueles caras, nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra", afirmou.

Em paralelo, espalhavam-se pelas redes sociais publicações alardeando a participação de policiais militares nos atos. O material também fazia alusão a pautas antidemocráticas, a exemplo da intervenção no STF. 

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Os chamados pela internet levaram o governador de São Paulo, João Doria (PSDB),  a afastar o coronel da ativa Aleksander Lacerda da Polícia Militar de São Paulo. Em Brasília, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios questionou o comando da PM sobre a participação de agentes nos protestos. 

Edição: Anelize Moreira