A última edição extraordinária do Boletim Observatório da Covid-19 divulgado na quarta-feira (25) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que a cidade do Rio de Janeiro mantém em 96% a ocupação de leitos de UTI para covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o relatório, a taxa está em nível crítico e é a maior entre as capitais. Os dados foram obtidos na segunda-feira (23).
De acordo com o estudo, alguns fatores podem tornar a situação no município mais complicada nas próximas semanas, entre elas, o alto número de idosos, a queda da eficácia da vacina após mais de seis meses e o aumento da circulação da variante Delta na cidade.
“Também não se descarta a hipótese de que pacientes imunizados, ainda que predominantemente idosos, requeiram hospitalização, mas sem a necessidade de cuidados intensivos. É fundamental acompanhar a tendência nas próximas semanas, pois a variante Delta, que já apresenta elevada prevalência no Rio de Janeiro, pode alterar a situação. Soma-se a isso, o fato de o estado, especialmente a capital, ter uma população idosa expressiva, para a qual o benefício inicial da vacinação, ocorrida ainda entre os meses de janeiro e fevereiro, pode vir se reduzindo, em razão das características imunológicas desse grupo”, destaca o boletim da Fiocruz.
Já o estado do Rio figura na zona de alerta intermediário com taxa de ocupação de leitos de 69%, ficando atrás apenas de Roraima, que lidera o levantamento com 84% das internações em UTI para covid-19 do país.
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De acordo com a Fiocruz, ao longo da última Semana Epidemiológica (SE), de 15 a 21 de agosto, foi mantida a tendência de redução do número de óbitos no país, que diminui a uma taxa de 1,5% ao dia. No momento a média é de 770 óbitos por dia. A média diária de casos se situa em 30 mil casos confirmados a cada dia, o que ainda pode ser considerado um valor preocupante.
Recomendação
Diante do avanço da variante Delta pelo país, a Fundação reforça a recomendação do uso de máscaras tanto em ambientes fechados como naqueles abertos, mas com maior concentração e aglomeração de pessoas e sugere que pessoas vacinadas utilizem máscara se compartilham casas e ambientes com pessoas com elevado risco de evoluir para quadros graves de covid-19, como idosos, imunossuprimidos e pessoas com coborbidades, bem como pessoas ainda não vacinadas.
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Segundo a Fiocruz, a sugestão, para pessoas com elevado risco de evoluir para quadros graves de covid-19, é de manter as medidas de proteção, como uso de máscaras e distanciamento físico, independentemente de estarem vacinadas.
Edição: Jaqueline Deister