VARIANTES

Alpha, Beta, Delta: o que são as variantes do coronavírus?

O SARS-CoV-2 original, que surgiu na China, sofreu pequenas alterações em suas características ao longo do tempo

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Reprodução - EBC
Variante Delta pode se tornar preponderante no Brasil em setembro

Enquanto o Brasil e o mundo avançam na vacinação de suas populações, uma preocupação ronda a comunidade científica. Como o surgimento de variações virais pode impactar as estratégias de controle da pandemia?

Toda vez que um material genético (seja DNA ou RNA) é copiado por uma célula, pequenos erros podem ocorrer. Isso é algo raro, aleatório e natural. Na maioria das vezes, não gera alterações nas características do organismo. Contudo, em seres em que a replicação se dá de forma muito acelerada, como é o caso dos vírus e bactérias, esses erros tornam-se mais frequentes.

Isso explica o surgimento das inúmeras variantes desde que a pandemia começou, em março de 2020.

O SARS-CoV-2 original, que surgiu na China, sofreu pequenas alterações em suas características ao longo do tempo. Cada vez que essas características alteram a dinâmica de propagação do vírus e os efeitos dele sobre o nosso organismo, tal variante merece nossa atenção, e recebe um nome específico por isso.

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A variante Delta é aquela que mais preocupa. As mudanças em sua estrutura fizeram com que ela fosse capaz de aderir às células humanas de uma forma mais eficiente. Assim, ela tem uma maior capacidade de transmissão.

Uma pessoa que se infecta com o SARS-CoV-2 original demora de 5 a 6 dias para começar a transmitir novos vírus para o ambiente. E só após isso é que os primeiros sintomas da doença podem aparecer. Já com a variante Delta, esse tempo é de 3 a 4 dias. E a carga viral liberada é cerca de mil vezes maior.

Além disso, a variante Delta é melhor em enganar nosso sistema imunológico. Nossos anticorpos têm mais dificuldade em identificar e aderir à estrutura dela em comparação com a variante original.

Daí a preocupação óbvia: o efeito das vacinas já desenvolvidas é menor para a variante Delta? O que os primeiros estudos sugerem é que sim. Um pouco menor.

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Na Índia (onde a Delta se originou), nos EUA e na maioria dos países da Europa e Ásia, a variante Delta já se tornou a principal em circulação. No Brasil, isso ainda não ocorreu. Mas estimativas apontam que pode acontecer até setembro.

Por isso é fundamental mantermos as medidas de cuidado necessárias. Uso de máscara, distanciamento social e higiene pessoal. E, principalmente, seguir com a campanha de vacinação para toda a população. 

Se você ainda não se vacinou ou não retornou para a segunda dose, não deixe de fazê-lo!

Um abraço e até a próxima!


Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais.

 

Edição: Elis Almeida