A Prefeitura do Rio de Janeiro pretende iniciar a aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 em idosos a partir de setembro. A decisão é baseada na recomendação do comitê científico do município publicada no Diário Oficial nesta terça-feira (24).
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Na reunião em que os especialistas deram o aval para a terceira dose, a indicação foi de que seja iniciada a nova etapa o mais breve possível. Também que a dose seja aplicada independente do esquema vacinal já realizado, com a Pfizer ou a AstraZeneca.
A ideia da prefeitura é realizar a distribuição do novo reforço de maneira escalonada a todas as pessoas com 60 anos ou mais, em um processo que deve se iniciar pelos asilos e casas de repouso e está previsto para durar até novembro, segundo informações apuradas pelo jornal Extra.
Na recomendação, o comitê também sugeriu à prefeitura enviar um ofício ao Ministério da Saúde para que a pasta possa se planejar quanto à entrega das doses de reforço. A possibilidade de a prefeitura encomendar vacinas diretamente com os institutos produtores para garantir a execução da proposta não está descartada, mas antes a Secretaria municipal de Saúde vai conversar com o governo federal para saber se a medida será mesmo necessária.
Terceira dose em debate
Na última quarta (18), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que se o reforço na imunização for estabelecido no país, a campanha vai começar pelos idosos e profissionais da saúde. Queiroga ponderou que a decisão ainda depende de estudos científicos e, o mais importante, da disponibilidade de doses.
Um dia depois, na quinta (19), a secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19, Rosana Leite de Melo, disse a órgãos de imprensa que o governo tem a quantidade necessária para reforçar a imunização entre idosos. A ideia seria começar as aplicações já em setembro e deixar crianças e adolescentes para o futuro.
No resto do mundo, decisões já começam a ser tomadas para levar o reforço da vacina à população. Em Israel a aplicação está acontecendo desde o início do mês. Os Estados Unidos definiram o início da revacinação para setembro. Na América Latina, Chile, Uruguai e Colômbia também já tomaram decisões nesse sentido.
Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstra preocupação com a falta de vacinas no mundo. A entidade criticou a corrida de países com maior poder econômico para disponibilizar a terceira dose.
Na quarta-feira (18), a cientista-chefe da organização, Soumya Swaminathan, afirmou que há questões éticas e morais na administração do reforço nessas nações "enquanto o resto do mundo espera sua primeira injeção".
Edição: Mariana Pitasse