Parlamentares da oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que participaram de manifestação nesta quarta-feira (18) em frente à Câmara dos Deputados, em Brasília, disseram que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32 de 2020, que institui a reforma administrativa, "vai destruir o Estado brasileiro".
Os congressistas se juntaram a servidores públicos municipais, estaduais e federais que aderiram, em várias cidades do Brasil, a uma "greve geral" contra a reforma. Articulada por entidades representativas de várias categorias de servidores públicos, a manifestação foi realizada em pelo menos 21 capitais.
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Além do desacordo com o texto da PEC 32/2020, que tramita na Câmara e pode ser votada ainda neste mês, manifestantes e entidades reivindicavam a imediata interrupção dos processos de desestatização do governo, como o dos Correios e da Eletrobrás.
Os manifestantes também pediram o impeachment de Bolsonaro e a volta do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia. Outro alvo dos protestos desta quarta foram a "minirreforma trabalhista" prevista na MP 1045.
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Entre os parlamentares presentes, estavam dois integrantes da Comissão Especial que debate a PEC da Reforma Administrativa na Câmara dos Deputados, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) e Rui Falcão (PT-SP). Também discursaram no ato Vivi Reis (PSOL-PA), Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e Carlos Zarattini (PT-SP).
No carro de som, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) informou que a Comissão Especial que debate a Reforma Administrativa está "com o relatório pronto", e disse que o governo Bolsonaro e parte dos deputados pretende "destruir o Estado Nacional". #18ADiadeLuta pic.twitter.com/GFPgv1YPQ0
— Brasil de Fato (@brasildefato) August 18, 2021
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) disse ao Brasil de Fato que a oposição "não vai aceitar" a aprovação da PEC 32, da Reforma Administrativa. Segundo ele, é preciso unir as categorias contra o projeto e pelo impeachment de Bolsonaro. #18ADiadeLuta pic.twitter.com/VBhREeOinu
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O deputado Rui Falcão (PT-SP), integrante da comissão especial que debate a PEC 32, foi ao encontro dos manifestantes. Ele citou "interesses imperialistas" na reforma administrativa e na privatização de empresas públicas, como os Correios e a Eletrobras. pic.twitter.com/GSJwXMpjhC
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As deputadas Vivi Reis (PSOL-PA) e Perpétua Almeida (PCdoB-AM) também foram ao ato demonstrar solidariedade aos servidores públicos que protestam contra a PEC 32. pic.twitter.com/7VfIQyxNdS
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Privatização dos Correios na pauta
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), que também foi representada na manifestação, anunciou paralisação por tempo indeterminado.
Em comunicado, a federação afirma que aderiu ao movimento para negociar “melhorias das condições de trabalho e reajuste salarial, além de exigir o fim do sucateamento da empresa e do projeto do governo de entregar os Correios para o setor privado.”
Conforme o Ministério das Comunicações, o objetivo da privatização dos Correios é dar maior agilidade e eficiência ao setor postal e melhorar os serviços prestados à população. A Câmara aprovou, em 5 de agosto, o Projeto de Lei (PL) 521/21, que trata da privatização dos Correios.
De acordo com o site da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a greve também se coloca contra a retirada de itens Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos ecetistas, 50 entre 79 benefícios teriam sido retirados por decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) durante a campanha salarial de 2020.
Edição: Leandro Melito