Desde domingo (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início ao giro em seis estados do Nordeste, começando por Pernambuco. A viagem tem o objetivo de debater o Brasil com autoridades locais, movimentos populares e lideranças políticas.
Em sua passagem, Lula conheceu de perto na manhã desta segunda-feira (16) a iniciativa da Campanha Mãos Solidárias no Assentamento Che Guevara, no município de Moreno, na Região Metropolitana do Recife, que vem realizando doações de alimentos para milhares de pernambucanos.
O ex-presidente observa a importância da iniciativa.
“Quando eu venho aqui e vejo esse desfile de produtos que vocês produziram e que tiveram a compreensão, a solidariedade, a fraternidade e o humanismo de juntar essa tonelada de alimentos para distribuir para pessoas que precisam mais do que vocês, isso me faz acreditar que um outro Brasil é possível construir, que um outro Pernambuco é possível construir e que um outro mundo é possível construir”, projeta.
Até o momento, a campanha já distribuiu 605 mil marmitas, 780 toneladas de alimentos, 50 mil máscaras e formou 1.400 agentes populares de saúde no estado.
Valdilene Maria dos Santos é uma das assentadas que produzem esses alimentos e presidenta da Associação dos Agricultores do Assentamento Che Guevara, no município de Moreno.
“Isso é muito importante para a gente, todos os companheiros e companheiras ficaram felizes com a vinda do companheiro Lula para o nosso assentamento. Isso é mais uma resistência, porque a gente sabe que ele está valorizando o trabalho dos agricultores fazendo essa visita, a gente está, todo mundo feliz”, afirma.
No assentamento, Lula conheceu parte os agricultores do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais sem Terra (MST), que tem garantido a comida no prato de milhares de pernambucanos e pernambucanas em situação de vulnerabilidade.
Porém, os produtores vêm sofrendo com as políticas do governo atual em relação à agricultura familiar, como explica Valdilene.
“A relação hoje com o presidente Bolsonaro em relação a agricultura familiar é nenhuma. Ele não vê a agricultura familiar como um trabalho para os agricultores, como um meio de sobrevivência, nada. Com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a gente era mais valorizado, a gente acessava as cartas de crédito, tinha muitas coisas para agricultura. Hoje a gente sobrevive com o que tem, mesmo”, relata.
Para Lula, a disputa política hoje não é uma briga eleitoral. "Não é uma briga de um homem que quer ocupar o lugar do outro, não. É uma briga pela recuperação da soberania desse país”, afirmou. A passagem pelo Nordeste servirá também para dar coesão às articulações políticas de oposição ao presidente Jair Bolsonaro.
A programação do ex-presidente que começou em Pernambuco deve passar por outros cinco estados: Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vanessa Gonzaga e Monyse Ravena