Rio de Janeiro

ESCRITÓRIO DO CRIME

Juiz aceita pedido da defesa e viúva de Adriano da Nóbrega não comparece à audiência na Justiça

Próxima sessão foi marcada para o dia 15 de setembro; Júlia Lotufo é acusada de gerenciar os negócios do marido

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Júlia Lotufo e Adriano da Nóbrega - Foto: Reprodução

A viúva do miliciano e chefe do grupo de matadores de aluguel conhecido como Escritório do Crime, Adriano da Nóbrega, não compareceu em sua primeira audiência ocorrida na última quinta-feira (12). Júlia Mello Lotufo responde a um processo por lavagem de dinheiro e organização criminosa na 1° Vara Criminal Especializada do Rio. 

De acordo com informações do jornal O Globo, a defesa dela apresentou um pedido de suspensão e desmembramento dos autos, sob a alegação de que ela fez uma delação premiada que aguarda ser homologada, ou não, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

O pedido da defesa foi acatado pelo juiz auxiliar Bruno Ruliére e o processo foi suspenso por 30 dias exclusivamente para ela. O Ministério Público não se opôs e a audiência marcada para ocorrer com os demais réus seguiu normalmente.

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Segundo a reportagem, caso o pedido da defesa de Júlia fosse indeferido, como ela não estava presente, a audiência ocorreria à revelia da viúva do miliciano. Rulière marcou a próxima sessão para o dia 15 de setembro, quando, possivelmente, se tomará conhecimento sobre a homologação da delação de Júlia. Se a colaboração for aceita pelo STJ, o processo por associação criminosa e lavagem dinheiro, em relação à ela, será extinto. 

Júlia é acusada de ter estado à frente dos negócios do marido Adriano da Nóbrega, antes mesmo de ele ser morto em 9 de fevereiro do ano passado, na cidade de Esplanada, zona rural da Bahia. 

Revelações

Em julho, uma versão sobre os assassinatos da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes, que detalha seus mandantes, foi revelada aos promotores do Ministério Público do estado (MP-RJ) por Júlia Mello Lotufo

Além do assassinato de Marielle, a viúva de Adriano também teria detalhado aos promotores a participação do marido em diversos homicídios encomendados pela milícia, revelando ainda os nomes de agentes públicos que receberam propina para acobertar crimes.

Edição: Jaqueline Deister