O campo progressista se dividiu na Câmara dos Deputados durante a aprovação, nesta quarta-feira (11), do texto-base da PEC da reforma eleitoral (Proposta de Emenda à Constituição 125/11). Foram 339 votos a favor e 123 contra. Os destaques que podem alterar o texto serão votados na sessão do Plenário desta quinta-feira (12).
A votação da PEC em primeiro turno foi viabilizada após acordo entre a maioria dos partidos sobre pontos polêmicos do texto aprovado na comissão especial, de autoria da relatora, deputada Renata Abreu (Pode-SP). O distritão foi retirado da proposta. Em contrapartida, os deputados aprovaram a volta das coligações partidárias.
:: "Distritão vai aprofundar problemas da democracia brasileira", apontam autores de estudo ::
O tema causou um "racha" entre congressistas da oposição. O PCdoB, o PT e o PSB votaram a favor das coligações partidárias. O primeiro deles tinha o tema como prioridade, já que a sigla teria dificuldades de atingir a cláusula de barreira sem os agrupamentos de partidos. Os dois seguintes avaliaram que as coligações são "mal menor" diante da possibilidade de aprovação do distritão.
O PSOL e o PDT criticaram fortemente a volta das coligações partidárias. Deputados mais ligados ao centro político, como Rodrigo Maia (sem partido-RJ) e Tabata Amaral (sem partido-SP) se colocaram contra a proposta. O Centrão, grupo de partidos fisiológicos mais próximos à direita, apoiou o retorno das coligações. O PSL, maior partido de direita da casa, votou contra.
:: "Distritão gera exclusão e favorece caciquismo", diz cientista político ::
Leia as principais reações:
FAVORÁVEIS
Orlando Silva (PCdoB-SP)
🚨 ATENÇÃO! Aos apressados em fazer o linchamento das redes, um aviso: distritão derrotado e sistema proporcional mantido com participação ativa e altiva do PCdoB e deste deputado.
— Orlando Silva (@orlandosilva) August 12, 2021
Um samba antigo diz que “a vida não é só isso que se vê”. A política também.
Camilo Capiberibe (PSB-AM)
Votei a favor do acordo na PEC 215 da reforma eleitoral pois a volta das coligações proporcionais moderada com a manutenção da cláusula de barreira mantém a tendência de reduzir o número de partidos. Derrotar o distritão foi uma grande vitória e a coligação é um mal muito menor
— Camilo Capiberibe 💚🥖💉✏️ (@CamiloPSB) August 12, 2021
José Guimarães (PT-CE)
Infelizmente, para firmar o acordo, foi preciso aceitar a volta das coligações. Um mal menor, pois o distritão seria a destruição da democracia. #distritãonão
— José Guimarães (@guimaraes13PT) August 12, 2021
Alice Portugal (PCdoB-MA)
A DEMOCRACIA VENCEU MAIS UMA VEZ!
— Alice Portugal (@Alice_Portugal) August 12, 2021
✔Ontem derrotamos o voto impresso e as ameaças de golpe de Bolsonaro e hoje garantimos a pluralidade das ideias nas eleições proporcionais com a garantia de coligações e a derrota do distritão!
(+) pic.twitter.com/qQDrF2nEkQ
CONTRÁRIOS
Pompeo de Mattos (PDT-RS)
O centrão de Bolsonaro tirou o bode da sala e com o apoio do PT estão trazendo de volta a coligação na eleição proporcional.
— Pompeo de Mattos (@PompeodeMattos) August 12, 2021
Acredite se quiser.
Talíria Petrone (PSOL-RJ)
Com muito esforço dos partidos de oposição, o Distritão foi retirado da PEC 125, mais uma derrota para Bolsonaro e pra base governista. Seguimos na luta contra a volta das coligações proporcionais! #distritãonão
— Talíria Petrone (@taliriapetrone) August 12, 2021
Tabata Amaral (PDT-SP)
O distritão foi retirado em troca da volta das coligações. Ganhamos a nossa luta contra o distritão, mas a volta das coligações, entre outras coisas, continuam representando um grande retrocesso. Por isso, sigo contra essa reforma política!
— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) August 12, 2021
Rodrigo Maia (DEM-RJ)
Tirararam o bode da sala (distritão) e agora estão querendo voltar com as coligações. Se passar, será um grande retrocesso.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) August 12, 2021
Edição: Vivian Virissimo