Sem aviso prévio e sem nenhuma justificativa, o Ministério da Saúde do governo de Jair Bolsonaro reduziu pela metade o repasse de vacinas da Pfizer para o estado de São Paulo. No último lote entregue, o estado deveria receber 456 mil doses do imunizante, mas recebeu apenas 228 mil. O corte pode prejudicar o início da vacinação de adolescentes contra a covid-19 no estado
A vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos é o próximo passo do enfrentamento à pandemia do novo coronavírus e considerada importante para conter a disseminação da covid-19
Na última quarta-feira (4), o governo de São Paulo cobrou publicamente o Ministério da Saúde para que repasse a totalidade das vacinas da Pfizer a que o estado tem direito, de acordo com o Plano Nacional de Imunização.
Das 456 mil doses da vacina da Pfizer que deveriam ter sido entregues, somente 228 mil chegaram, o que pode prejudicar o início da vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos, previsto para começar no próximo dia 18.
A situação foi denunciada pelo Secretário-Executivo da Secretaria Estadual da Saúde, Eduardo Ribeiro, em coletiva de imprensa realizada ontem. Ribeiro também disse que a secretaria oficiou o Ministério da Saúde para que remeta as vacinas que o estado de São Paulo tem direito em até 24 horas.
Segundo o Programa Nacional de Imunização, cada estado tem direito a receber a quantidade de vacinas equivalente a sua população. São Paulo tem pouco mais de 20% da população do país, mas recebeu 10% das vacinas. Para o ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff, Artur Chioro, essa situação mostra o descompasso e a falta de planejamento da vacinação contra a covid-19.
Atualmente, a vacina da Pfizer é a única aprovada pela Anvisa para uso em adolescentes e a vacinação desse público é considerada fundamental para a contenção da pandemia do novo coronavírus. Hoje o estado de São Paulo tem 80% da população com mais de 18 anos vacinada com pelo menos uma dose das vacinas contra a covid-19, mas apenas 24% estão completamente imunizadas.
Mesmo assim, o impacto positivo da vacinação tem sido visto na redução de internações e mortes ocorridas nas últimas semanas. Entre o começo de junho e o início de agosto a média de internações diárias caiu 60% e a média de mortes diminuiu 56%.
*Com informações de Rodrigo Gomes, da RBA.
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Edição: Mauro Ramos