A Justiça do Rio de Janeiro arquivou o inquérito sobre crime de calúnia contra um casal que abordou um jovem negro e o acusou de roubar uma bicicleta elétrica. O caso ocorreu no dia 12 de junho, em frente ao Shopping do Leblon, na zona sul da capital fluminense.
Na época, Matheus Ribeiro, o jovem que foi acusado, chegou a gravar com o celular e publicar um vídeo da abordagem do casal Tomás Oliveira e Mariana Spinelli. A bicicleta de Mariana era parecida com a de Matheus. No ato, ele chegou a mostrar fotos para provar que a bicicleta não era roubada, mas comprada por ele.
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O juiz Rudi Baldi Loewenkron, da 16ª Vara Criminal, acolheu o pedido de arquivamento feito por Lenita Machado Tedesco, da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da Zona Sul e da Barra da Tijuca. Segundo a promotora, o casal se dirigiu a Matheus sem conhecimento de um crime justamente pela ignorância do tipo penal em questão.
Na decisão, o magistrado afirmou que as coincidências "levaram os indiciados a acreditar que poderiam estar diante da bicicleta de propriedade da indiciada". Apesar de arquivamento na área criminal, Tomás e Mariana ainda podem ser responsabilizados civilmente pela acusação ao instrutor de surfe.
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Cinco dias depois do caso no Leblon, a Polícia Civil prendeu cinco dias depois o verdadeiro suspeito de roubar a bicicleta, Igor Martins Pinheiro, conhecido como "Lorão", um homem branco de 22 anos e com 28 anotações criminais, sendo 14 por furto de bicicleta.
Matheus disse que foi alvo de racismo: "Um preto numa bike elétrica? No Leblon? 'Só podia ser, eu acabei de perder a minha, foi ele'. Eles não conseguem entender como vocês está ali sem ter roubado deles, não importa o quanto você prove. Ela não tem ideia de quem levou sua bicicleta, mas a primeira coisa que vem à sua cabeça é que algum neguinho levou", desabafou.
Edição: Eduardo Miranda