Em 10 dias, os casos de pacientes com a variante delta aumentaram 50% no estado Rio de Janeiro, segundo o programa de vigilância genômica da covid-19, da Secretaria estadual de Saúde (SES). A variante é apontada por especialistas como mais contagiosa.
No boletim da SES, divulgado no dia 23 de julho, a delta respondia por 16,62% dos registros, contra 78,36% da variante gama. Já na análise liberada na última terça-feira (3), os números passaram para 26,09% e 66,58%, respectivamente.
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Dessa forma, um em cada quatro casos de covid-19 no estado é da delta. No balanço anterior, a média era de um paciente a cada seis com a variante.
No boletim, a SES afirma que há "tendência de aumento" na circulação da delta, com grande probabilidade de que ela se torne "a mais frequente, substituindo a variante gamma".
De acordo com a secretaria, a variante delta já foi identificada em 38 dos 92 municípios do estado. Na cidade do Rio, ainda segundo a pasta, o percentual de casos da cepa é ainda maior, com presença em 45% das amostras analisadas.
O estudo é feito por amostragem, segundo a SES. "Um dos critérios de escolha das amostras são as que têm maior carga viral, ou seja, de pacientes que podem ter maior gravidade clínica", explica em nota.
As transmissões comunitárias da delta na cidade haviam sido confirmadas pelo governo estadual no mês passado. Até o dia 22 de julho, o estado somou quatro mortes causadas pela variante em cidades da Baixada Fluminense. Essa variante foi identificada primeiro na Índia e está se alastrando pelo mundo em alta velocidade.
Uma variante é resultado de modificações genéticas que o vírus sofre durante seu processo de replicação. Um único vírus pode ter inúmeras variantes. Quanto mais o vírus circula, mais ele faz replicações e maior é a probabilidade de modificações no seu material genético.
Edição: Mariana Pitasse