luta ambiental

Programa Bem Viver: evangélicos criam coalizão em defesa do clima e do meio ambiente

Frente tem objetivo de fomentar ações de proteção, de respeito a indígenas e de pressão contra o governo federal

Ouça o áudio:

Desmonte ambiental ajuda a abrir caminho para casos de perseguição a defensores do meio ambiente - Wilson Dias/Agência Brasil
A teologia evangélica tem em sua base um teor ambiental muito forte

Grupos evangélicos lançaram a Coalizão de Evangélicos pelo Clima, um esforço que tem como objetivo fomentar ações de proteção ambiental, de respeito aos povos indígenas e de pressão para que o governo federal aplique medidas para conter os crimes ambientais que se espalham pelo país. Embora pouco divulgada, evangélicos defendem que a pauta ambiental é uma das bases da religião e criticam o fato de os protestantes serem entendidos como conservadores, quando na verdade reúnem uma grande diversidade de posicionamentos políticos.

“A teologia evangélica tem um teor ambiental muito forte, uma preocupação com a responsabilidade humana pelo meio ambiente. A Coalizão vem criar um espaço que não tínhamos para debater essas questões. Ela veio como resposta a uma demanda enorme, para que nossas preocupações ecológicas ganhassem uma reflexão teológica evangélica”, disse o pastor Ariovaldo Ramos em entrevista a edição de hoje (20) do Programa Bem Viver. Ele é líder da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito e membro da Coalizão de Evangélicos pelo Clima.

:: Pastor Henrique: Teologia Negra é devolver Bíblia à origem social, os oprimidos ::

Uma das ações da Coalizão será divulgação de uma cartilha, com linguagem adaptada às redes sociais, sobre a importância da vacinação contra a Covid-19 entre indígenas evangélicos e não indígenas. A ideia é argumentar através da fé porquê as vacinas são importantes e porquê defender a vida é uma das bases da teologia evangélica.

“A Coalização tem se somado nos esforços para construir uma outra teologia. A questão indígena, por exemplo, é um ponto. Sabemos que existe uma perspectiva ainda colonizadora das igrejas com povos indígenas. Nossa meta é construir uma outra teologia, que seja decolonial, que respeite os saberes indígenas e não que se imponha sobre ele”, disse a coordenadora da Coalizão, Camila Mantovani, em entrevista ao Programa Bem Viver. “Queremos também fazer pressão nos deputados evangélicos para que se posicionem e impeçam a boiada de passar”.

Igrejas que quiserem participar da Coalizão podem entrar em contato pelo site da iniciativa.

Saúda das manas

Por meio de telemedicina, o projeto Saúde das Manas leva atendimento ginecológico para mulheres que nunca tiveram acesso a médicos dessa especialidade na Ilha de Marajó, no Pará. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Fundo de População da ONU e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Pará.

As pacientes já sentem a diferença da ação: recebendo pela primeira vez o atendimento especializado muitas conseguem pela primeira vez diagnosticar problemas que já as acompanhavam há tempos.

:: Projeto de telemedicina garante acesso à saúde reprodutiva na ilha do Marajó ::

A Ilha de Marajó é a maior ilha fluviomarítima do mundo, banhada por água de rio e de mar ao mesmo tempo. São 40 mil quilômetros quadrados, uma área que equivale ao estado do Rio de Janeiro. Ela reúne 550 mil habitantes, distribuídos em 16 municípios, o que faz com que alguns fiquem muito isolados entre si.

Na pandemia, a Ilha de Marajó foi uma das regiões mais afetadas no país pela falta de atenção e investimentos em saúde, tanto do governo estadual como federal. No pior momento da primeira onda da Covid, em junho do ano passado, em toda região existiam apenas cinco respiradores e sete leitos de UTIs.

Olimpíadas

As Olimpíadas de Tóquio completam hoje uma semana, por isso o Programa Bem Viver relembra alguns dos momentos mais emocionantes desta primeira etapa dos Jogos. Um dos episódios que vai ficar na História ocorreu ontem (29), com a performance da ginasta Rebeca Andrade, que conquistou a prata inédita da Ginástica Olimpíaca, voando no tablado ao som de Baile de Favela.

Aos 22 anos, ela nasceu em Guarulhos, na grande São Paulo, e que desde criança se mudou para o Rio de Janeiro treinar no Flamengo. Ela teve um início de carreira desafiador, cercado de lesões, que tiraram ela do Pan-Americano do Canadá, em 2015, e de um campeonato mundial. Rebeca conseguiu participar das Olimpíadas do Rio, em 2016, mas ainda em recuperação, ficando na 11º colocação. Cinco anos depois, em Tóquio, atingiu a marca de segunda melhor ginasta do mundo.

Da arquibancada, foi aplaudida de pé pela melhor do mundo, a estadunidense Simone Biles, que aos 24 anos detém 19 títulos mundiais e quatro medalhas em Olimpíadas. Mesmo com toda essa bagagem, Biles anunciou que não ia mais competir as Olimpíadas de Tóquio na quinta-feira (28), durante a etapa classificatória da ginástica. Sem muitas palavras, ela explicou que precisava cuidar da saúde mental. O gesto chegou como um abraço a milhões de pessoas que passam por crises.

:: Artigo | Olimpíadas de Tokyo: o esporte reafirmando seu papel sociopolítico ::

Uma situação semelhante ocorreu com a tenista japonesa Naomi Osaka, considerada a segunda melhor do mundo atualmente. Ela foi eliminada nas fases iniciais dos Jogos de Tóquio e desabafou na coletiva de impensa que estava sentindo muita pressão. Naomi é negra, filha de uma mãe japonesa e um pai haitiano. A atleta relatou, recentemente, que quando estava iniciando a carreira ouviu frases racistas de competidoras, que duvidavam que Naomi era japonesa, por ser negra.

O Brasil conquistou mais cinco medalhas: no skate feminino, com Rayssa Leal, e no masculino com Kelvin Hoefler, ambos com medalha de prata; na natação com Fernando Scheffer, que conquistou o bronze; no judô, Daniel Cargnin e Mayra Aguiar, que conquistou três medalhas consecutivas em Olimpíadas, em Pequim, Rio e Tóquio. Teve também medalha de ouro em um esporte inédito: Ítalo Ferreira ganhou a primeira medalha do surf em Olimpíadas.

Comida de verdade

A cozinheira profissional Sayonara Salum ensina uma receita perfeita para os dias de frio: grão de bico com leite de coco e especiarias, como açafrão, curry, gengibre e pimenta dedo de moça.

Além de garantir muito sabor, essas especiarias são consideradas termogênicas, estimulando a circulação sanguínea e ajudando a aquecer o corpo. Os ingredientes também tem propriedades que melhoram a imunidade do corpo, por isso são considerados tão saudáveis.


Produção da Rádio Brasil de Fato vai ao ar de segunda a sexta-feira / Brasil de Fato / Bem Viver

Sintonize

O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista.

Em diferentes horários, de segunda a sexta-feira, o programa é transmitido na Rádio Super de Sorocaba (SP); Rádio Palermo (SP); Rádio Cantareira (SP); Rádio Interativa, de Senador Alexandre Costa (MA); Rádio Comunitária Malhada do Jatobá, de São João do Piauí (PI); Rádio Terra Livre (MST), de Abelardo Luz (SC); Rádio Timbira, de São Luís (MA); Rádio Terra Livre de Hulha Negra (RN), Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), Rádio Onda FM, de Novo Cruzeiro (MG), Rádio Pife, de Brasília (DF), Rádio Cidade, de João Pessoa (PB), Rádio Palermo (SP), Rádio Torres Cidade (RS) e Rádio Cantareira (SP).

A programação também fica disponível na Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas: Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o programa Bem Viver de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da nossa lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected].

Edição: Sarah Fernandes