Trabalhadoras e trabalhadores do grupo "Nenhum serviço de saúde a menos", no Rio de Janeiro, divulgaram um manifesto endereçado à Prefeitura do Rio fazendo críticas à falta de concursos públicos para preencher vagas na área e questionando a ampliação de contratos com Organizações Sociais (OSs) e a consequente terceirização e precarização de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
"A atual gestão municipal da cidade optou historicamente por ampliar a cobertura dos serviços públicos de saúde a partir da privatização da gestão do SUS e, em seus últimos mandatos, ao invés de realizar concursos públicos e fortalecer a rede pública de saúde, terceirizou a gestão com repasse de financiamento público para as Organizações Sociais (OSs) de saúde", afirma a nota.
Leia mais: SUS resiste a desafios estruturais, desmonte do governo e pandemia
O grupo lembrou, no comunicado, que as denúncias de corrupção que culminaram no impeachment do então governador do Rio Wilson Witzel (PSC) tiveram origem em contratos firmados entre a Secretaria estadual de Saúde e as Organizações Sociais (OSs).
Entre as medidas criticadas, está o fechamento, em janeiro deste ano, da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos, na zona norte do Rio. Segundo os trabalhadores, a unidade realizava 12 mil atendimentos por mês e, após o fechamento, deixou os moradores da região sem serviços de saúde. A UPA de Manguinhos acabou sendo reaberta por pressão da população, mas está com atendimento precário.
Covid
O "Nenhum serviço de saúde a menos" criticou, ainda, a postura da Prefeitura do Rio em relação aos profissionais de saúde envolvidos na imunização da população contra a covid-19. Segundo o grupo, a campanha de vacinação foi feita sem contratação de pessoal nas clínicas da família, o que leva técnicas e técnicos de enfermagem à sobrecarga de trabalho.
"A promessa de campanha do atual prefeito e seus aliados de recontratação dos trabalhadores das Clínicas da Família que foram demitidos, com redução e extinção de equipes da Estratégia de Saúde da Família e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, não foi cumprida. Os serviços seguem sucateados e com número de trabalhadores abaixo do necessário para as atividades diárias das unidades, para o combate a Covid-19 e para o trabalho nos territórios", diz a nota.
Edição: Eduardo Miranda