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Entrevista com Haddad ganha espaço no Programa Bem Viver: ‘temos que defender impeachment’

Fernando Haddad estuda criar uma coalização de esquerda para disputar o governo de São Paulo, como alternativa ao PSDB

Ouça o áudio:

Fernando Haddad é ex-ministro da Educação (2005-2012) e ex-prefeito de São Paulo (SP) e foi candidato a presidência da república (2018)
Fernando Haddad é ex-ministro da Educação (2005-2012) e ex-prefeito de São Paulo (SP) e foi candidato a presidência da república (2018) - Pedro Stropasolas
Devíamos usar 2021 para formular um programa para São Paulo

A sociedade brasileira tem a obrigação de defender o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes praticados por ele pela responsabilidade com o futuro do país. Essa é a opinião do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, que participou do BdF Entrevista na última semana. A conversa foi repercutida na edição de hoje (14) do Programa Bem Viver.

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“Temos a obrigação moral de defender o impeachment. Ele já cometeu mais de 20 crimes de responsabilidade. Os americanos fizeram isso: até o último ano [de mandato do ex-presidente Donald Trump] os Democratas pediam o impeachment e isso foi importante até para derrubá-lo nas urnas. Demonstra a tenacidade nas pessoas que tem compromisso com o Brasil, demonstra espírito público e responsabilidade com o que está acontecendo com o país”, disse.

Haddad ganhou projeção nacional em 2018, quando se lançou a candidato a presidência da república. Ele foi ao segundo turno e perdeu para Jair Bolsonaro. O ex-ministro estuda a possibilidade de lançar sua pré-candidatura ao governo de São Paulo, porém avalia que a prioridade neste momento é resolver as situações urgentes que o país enfrenta.

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“A prioridade é usar o tempo deste ano para fazer estudo aprofundado sobre o estado de São Paulo. É o que eu estou fazendo. Vou submeter o plano para partidos progressistas e avaliar a possibilidade de formar uma coalização, com vistas de oferecer aos paulistas uma alternativa ao PSDB depois de 28 anos”, disse. “Estou conversando com lideranças do interior e do litoral para saber quais as expectativas em relação a um governo progressista. Temos muito chão pela frente e devíamos usar 2021 para formular um programa.”

O ex-ministro garantiu que seus passos estarão alinhados com os do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, com o objetivo de derrotar Bolsonaro e o Bolsonarismo em 2022.

Agronegócio e memória ancestral

Um relatório da organização não-governamental Terra por Direitos aponta que pelo menos 12 mil pessoas foram impactadas direta ou indiretamente pela construção do Terminal Portuário de Santarém, no Pará, projetado para o escoamento de soja. O porto pertence a uma das maiores empresas do agronegócio no mundo, a estadunidense Cargill, e está localizado no encontro dos rios Amazonas e Tapajós.

Desde o princípio do projeto, em 2003, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas denunciavam os impactos que a obra causaria no modo de vida dessas populações. Hoje, as denúncias começam a ficar mais evidentes: onde as comunidades pescavam, quase não há mais peixe; as áreas onde as famílias plantavam é afetada por agrotóxico dos latifúndios vizinhos; e as praias de rio onde a comunidade se banhava não existem mais.

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A obra também foi responsável por violações da memória dessas comunidades. Isso porque o porto foi construído sobre um cemitério ancestral indígena do povo Tapajós, os primeiros ocupantes da região. Segundo o estudo há vestígios de ocupação pré-colombiana do território de cerca de 10 mil anos atrás.

Pós Covid-19

Pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, recebem pessoas interessadas em participar de um monitoramento sobre a chamada Longa Covid, que são os efeitos que permanecem na pessoa que contraiu a doença mesmo depois de curada.

Profissionais acompanharão a recuperação dos sintomas e as informações coletadas durante os tratamentos dará base para um estudo aprofundado sobre esse tema. Quem quiser saber mais, pode buscar informações no site da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Unesp.

Infância

A Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) lançou um manual de brincadeiras adequadas para estimular o desenvolvimento cognitivo, social, emocional e outras habilidades da criança. As atividades são adequadas para cada momento da infância, desde os primeiros meses.

São duas cartilhas chamadas “O bebê nasceu, e agora? Vamos brincar!” que trazem dicas de brincadeiras para cada faixa etária. Para bebês de quatro a seis meses, por exemplo, a orientação é apresentar livros de tecido, pedaços de pano, bichinhos, argolas, pequenos potes, bolas e cubos, objetos espelhados e sonoros. Já para bebês de até dois anos, o mais indicado são brincadeiras para identificar partes do corpo, objetos e animais. Crianças de oito anos já se interessam por jogos com regras claras.

O material está disponível aqui.

Cinema quilombola

Começa hoje a segunda Mostra de Cinema dos Quilombos. São 13 curta-metragens que serão exibidos até o dia 24 deste mês. Os filmes ficarão disponíveis apenas por 24 horas, de forma que só é possível assistir um determinado título apenas no dia que ele é exibido.

A programação completa está disponível aqui.

A mostra também conta com debates com os realizares do filme. Ela foi idealizada pelo cineasta mineiro Cardes Monção Amâncio, coordenador do Cinecipó.

A ideia surgiu durante a realização do documentário "Rota do Sal Kalunga", filme dirigido por Cardes em 2014, junto com André Portugal Braga, que conta sobre o Quilombo dos Kalungas. Na ocasião, Cardes percebeu o quanto seria importante um espaço que ampliasse a visibilidade de filmes produzidos nos quilombos, realizados por quilombolas ou em parceria com pessoas de fora das comunidades.

O projeto também oferece oficinas audiovisuais em comunidades quilombolas, além de manter aberto um chamamento para filmes produzidos por quilombolas e cineastas cujos trabalhos dialoguem com o tema.


Produção da Rádio Brasil de Fato vai ao ar de segunda a sexta-feira / Brasil de Fato / Bem Viver

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Edição: Sarah Fernandes