Manifestantes, trabalhadores, estudantes, movimentos populares e sindicalistas fizeram um ato no Centro do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (13), contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), contra a privatização dos Correios e em defesa dos serviços públicos.
O protesto fez um trajeto pela Avenida Rio Branco, indo da praça da Igreja da Candelária até a Cinelândia. O ato é considerado um "esquenta" para o protesto "Fora Bolsonaro" do próximo dia 24.
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As manifestações ocorrem nas principais capitais brasileiras. Alguns atos foram realizados pela manhã, como o de Brasília, e se concentraram diante de unidades dos Correios. Outra crítica é em relação à "reforma" administrativa prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32.
A organização deste #13J também reforça as medidas de precaução para evitar os riscos de contaminação pela covid-19 nos atos presenciais. "Das ruas não sairemos enquanto esse governo genocida de Bolsonaro não cair”, reforça a articulação.
Prisão
No final do ato, a Polícia Militar usou bombas de efeito moral e gás de pimenta para dispersar os manifestantes e prendeu duas duas pessoas que teriam pichado as paredes do prédio da Câmara dos Vereadores.
Segundo reportagem do UOL, as duas pessoas seriam soltas após o registro de ocorrência na delegacia, já que as infrações são consideradas de menor potencial ofensivo.
"Esquenta"
Leia na íntegra a carta da Campanha Nacional Fora Bolsonaro:
"Com avaliação positiva das manifestações, Campanha Fora Bolsonaro reafirma a convocação de atos no 24 de julho
As manifestações por 'Fora Bolsonaro' realizadas em 29 de maio, 19 de junho e 3 de julho marcaram a retomada dos atos de massa no Brasil e uma nova etapa da Campanha Fora Bolsonaro, iniciada em 2020. São uma emergência necessária, mesmo em meio a pandemia, diante de um governo criminoso que ataca a democracia, a soberania, os direitos e promove a morte e a destruição do país.
A força e a capilaridade dos atos, realizados em mais de 400 cidades e que reuniram centenas de milhares de pessoas, mostram a sintonia do chamado às ruas da Campanha Fora Bolsonaro com o luto e a indignação crescente do povo brasileiro.
Assim como nas ruas, nas redes sociais a indignação contra o governo Bolsonaro é cada vez mais frequente. A comunicação vem sendo um local de luta importante e de denúncia dos casos de corrupção da vacina, do descaso com os mais de 523 mil mortos. Desde o 29 de maio, além de auxiliar na mobilização, é o espaço onde tem reverberado e ampliado o posicionamento político de artistas, personalidades e influenciadores.
Alicerçamos a luta das frentes, movimentos populares, centrais sindicais, partidos políticos, organizações da sociedade civil e coletivos militantes em torno de bandeiras unitárias. Lutamos pelo impeachment de Jair Bolsonaro e pelas necessidades mais urgentes da população como a vacinação para todas as pessoas e o auxílio emergencial de R$600 até o fim da pandemia para enfrentar a fome e alta nos preços. Expressamos essa unidade na palavra de ordem “vacina no braço e comida no prato”.
Na experiência concreta das manifestações nos encontramos com a força da luta dos movimentos negros, das mulheres, dos jovens, dos LGBTI+ e dos povos indígenas contra o racismo, o machismo, a violência e a exclusão. Gritamos por nossas vidas e contra a morte: “nem bala, nem fome, nem covid”. Também vimos a unidade de movimentos populares e sindicais na defesa da soberania nacional e dos serviços públicos, manifesto nas lutas contra as privatizações, o teto de gastos, a Reforma Administrativa (PEC 32) e o desemprego.
Reafirmamos, mais uma vez, as bandeiras de unidade que sustentam nossa campanha e o objetivo de congregar todos aqueles que estão unidos pelo Fora Bolsonaro. Seguiremos pressionando o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), para que cumpra seu dever e abra o processo de impeachment. Todos são bem-vindos nas manifestações. As diferenças políticas, ideológicas e programáticas entre os diversos atores desta ampla unidade de ação continuam existindo, mas não são obstáculo à nossa unidade nas ruas pelo objetivo imediato comum a todos: retirar o genocida da presidência da república.
Nossos atos são pacíficos. Repudiamos quaisquer provocações ou ações violentas que atentem contra a segurança dos manifestantes e das manifestantes ou deem margem à criminalização de nossa mobilização.
Renovamos, por fim, a convocatória a todo o povo brasileiro para estar conosco mais uma vez nas ruas por Fora Bolsonaro no dia 24 de julho em manifestações abertas, unitárias e seguras, respeitando as orientações sanitárias e toda nossa diversidade.
Fora Bolsonaro! Impeachment Já!
Campanha Nacional Fora Bolsonaro."
Edição: Eduardo Miranda