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Programa Bem Viver: contra negacionismo, cientistas lançam site para democratizar ciência

Plataforma Sou_Ciência reúne notícias, debates e artigos para aproximar a produção científica da sociedade

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Projeto quer democratizar conhecimento científico e combater fake news em saúde - MAURO PIMENTEL / AFP
O futuro é agora. Temos que combater coronavírus e trabalhar muito para defender a educação e a ciên

Pesquisadores e cientistas das principais universidades do país lançaram a plataforma Sou_Ciência que tem como objetivo aproximar a produção científica da sociedade, visando democratizar o acesso a informações, combater fake news e reverter o desmonte das universidades públicas. O site está hospedado no portal da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e todo conteúdo é gratuito, com linguem acessível e dinâmica. As informações divulgadas também são postadas nas redes sociais, para facilitar o compartilhamento.

“Diante de tudo o que aprendemos neste ano, percebemos que era importante unirmos pesquisadores para nos comunicarmos melhor com a comunidade e com toda população”, diz a professora da Escola Paulista de Medicina, Soraya Smaili, coordenadora do projeto, em entrevista a edição de hoje (8) do Programa Bem Viver. “Nosso objetivo é que a ciência seja democratizada, que as pessoas entendam o que é o método científico.”

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A plataforma reúne notícias, informações científicas, debates e artigos. Alguns dos temas já abordados são o impacto das patentes das vacinas para a população mais pobre e o bloqueio de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

“Queremos levar o conhecimento para a população, não só do produto final, como a vacina. Queremos que as pessoas saibam como ela é feita, como salva vidas e como a universidade pode desenvolver medicamentos e evitar alterações no meio ambiente, tudo de forma acessível”, diz a pesquisadora. “Assim a sociedade passa a confiar mais nas fontes sérias, nas pessoas que estudam. O futuro é agora. Temos que combater coronavírus e trabalhar muito para defender a educação e a ciência.”

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Ameaças contra quilombolas

Quem for para o nordeste do Pará, próximo do município de Tailândia e visitar a Comunidade da Balsa, vai conhecer a dona Maria Julieta Conceição, de 94 anos, que nasceu em um braço do rio Acará, não muito longe de Tailândia. Lá, ela e mais 180 famílias da comunidade quilombola plantavam, pescavam e viviam com tranquilidade, apesar da falta de estrutura no local.

Na década de 1980, a empresa Agropalma, maior produtora de óleo de dendê da América Latina, se instalou na região e expulsou as famílias. Todo processo foi marcado por muita violência contra os moradores, praticada por pistoleiros da região a mando da empresa, como ainda lembra dona Conceição.

Sem alternativa, as famílias deixaram a terra e se estabeleceram na Vila da Barca. Lá, porém, as dificuldades se multiplicaram: elas perderam o acesso ao rio e o espaço de plantio diminui expressivamente.

Hoje, as famílias ainda seguem em uma batalha jurídica para provar que teriam direitos sobre o território de que foram expulsas. A Universidade Federal do Pará tem apoiado na elaboração de documentos provem a ocupação centenária da área pelos quilombolas.

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A comunidade, porém enfrenta um novo problema no momento: a Vila da Balsa também está ameaçada, agora pelo próprio governo do Pará, que quer desapropriar as famílias para construir uma rodovia para atender empresas do agronegócio.

Essa é a primeira parte de uma série de reportagens especiais do Brasil de Fato sobre a comunidade. Acompanhe o material completo, em vídeo, texto e fotos no site do Brasil de Fato.

Lei de Terras no Maranhão

No Maranhão, movimentos populares, organizações de direitos humanos e da igreja católica apresentaram ao governador Flávio Dino (PSB) uma nova proposta popular de Lei de Terras, um recurso jurídico que versa sobre a posse e a propriedade privada. A ideia é rever a nível estadual a legislação em vigor sobre o tema.

Atualmente tem validade no país uma lei criada em 1850 por fazendeiros e latifundiários, junto da promulgação do fim do tráfico negreiro, para tentar impedir que negros pudessem também se tornar donos de terras.

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Depois de quase 200 anos, o Maranhão vai rediscutir a legislação a nível estadual. A proposta apresentada pelos movimentos populares é um contraponto ao texto base de um projeto formulado em 2020 pelo Instituto de Colonização e Terras do Maranhão, órgão responsável pela execução da política fundiária do estado. O projeto de lei segue sem prazo para ser votado.

Clube de leitura infantil

Para incluir as crianças nas discussões sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, a organização criou uma lista de livros infantis que estão alinhados com os princípios das Nações Unidas. Só de obras em português, são 175 títulos.

Os ODS são uma lista de 17 metas a serem alcançadas pela sociedade global para combater a pobreza e a desigualdade, promover a paz, preservar o meio ambiente e garantir saúde, segurança e alimentação saudável para todos.

A lista completa está disponível no site da Câmara Brasileira do Livro, uma das parceiras da iniciativa.

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Produção da Rádio Brasil de Fato vai ao ar de segunda a sexta-feira / Brasil de Fato / Bem Viver

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Edição: Sarah Fernandes