Os atos deste sábado (3) que demandaram "Fora, Bolsonaro", "vacina no braço" e "comida no prato" foram destaque na imprensa nacional e internacional.
Os periódicos enfatizaram as denúncias de corrupção na aquisição de vacinas como um dos "detonadores" da mobilização, que levou cerca de 800 mil pessoas às ruas de quase 350 cidades no Brasil e no exterior, de acordo com os organizadores das manifestações.
No Brasil, grandes jornais tentaram "esconder" de suas capas os atos nacionais do dia 29 de maio, mas procuraram corrigir o erro na cobertura dos protestos do dia 19 de junho.
Neste domingo (4), a Folha de S.Paulo deu prioridade ao tema tanto na manchete principal, em texto, quanto na foto. Já O Estado de S.Paulo e O Globo priorizaram outros temas na manchete escrita, mas publicaram fotos dos protestos. O jornal paulista preferiu posicionar a imagem na parte debaixo da página, ao contrário do carioca.
📰 Manchetes de hoje (4.7.2021)
— Jeff Nascimento | #3J (@jnascim) July 4, 2021
• @folha: Protestos pedem o impeachment de Bolsonaro pelo país
• @Estadao: Com escola estadual esvaziada, SP cogita volta obrigatória
• @JornalOGlobo: País vive “apagão” de pessoal com formação técnica pic.twitter.com/qaXt0Yiu33
Pelo mundo
Na definição do The New York Times, as reviravoltas do escândalo de propina na compra de vacinas foram dignas de um "reality show". Para o jornal, a terceira grande onda de protestos que balança o Brasil ameaça a reeleição de Bolsonaro. O Times também lembrou o "superpedido" de impeachment, protocolado em conjunto por partidos de esquerda e de direita.
O britânico The Guardian destacou depoimentos de manifestantes que responsabilizavam o governo federal pela morte de familiares por covid-19. "Multidões de manifestantes voltaram às ruas das maiores cidades do Brasil para exigir a remoção de um presidente que eles culpam por mais de meio milhão de mortes por coronavírus", escreveu o periódico.
:: Má gestão na pandemia e suspeita de corrupção mobilizam milhares pelo Fora, Bolsonaro ::
A emissora Al Jazeera, do Catar, relembrou que os protestos massivos acontecem depois de a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, autorizar uma investigação criminal contra Bolsonaro por suposta "prevaricação", ou seja, por não ter tomado medidas legais adequadas após receber denúncias sobre o suposto esquema de propina na compra de vacinas.
A Telesur, rede de televisão multi-estatal sediada na Venezuela, definiu os atos como "massivos, combativos e pacíficos". O correspondente da emissora no Brasil, André Vieira, mostrou a marcha de milhares de pessoas em São Paulo, "o epicentro nacional da pandemia", segundo o jornalista.
São Paulo: en el epicentro nacional de la pandemia, miles marchan en memoria de otros miles que se fueron y exigen la salida de Jair Bolsonaro. #3JForaBolsonaro #3JPovoNasRuas Video: @MidiaNINJA pic.twitter.com/YygDdyhZYf
— André Vieira (@AndreteleSUR) July 3, 2021
Edição: José Eduardo Bernardes