Intolerância

Mulher trans é queimada viva no centro de Recife; codeputada denuncia transfobia

Negra e moradora de rua, a vítima denunciou o agressor, que foi apreendido pela polícia; vítima está hospitalizada

Brasil de Fato | Lábrea |

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Os assassinatos contra transexuais  aumentaram 41% em 2020
Os assassinatos contra transexuais aumentaram 41% em 2020 - Melito

Um crime brutal motivado por transfobia foi registrado na madrugada desta quarta-feira (24) em Recife. Uma mulher negra e transexual em situação de rua foi queimada viva no Cais de Santa Rita, centro da cidade.

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A vítima foi conduzida pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) até o Hospital da Restauração e teve 40% do corpo queimado. Não há previsão de alta, mas o estado de saúde é considerado estável.

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O crime aconteceu pouco depois da meia noite. A mulher foi vista em chamas por policiais militares, que foram até o local após serem acionados por testemunhas do episódio.

Identificada como Roberta, a vítima relatou que o agressor é um adolescente com o qual teve um desentendimento. O motivo, segundo ela, foi transfobia. O suspeito tentou fugir, mas foi apreendido pela Polícia Militar, antes de ser encaminhado à Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA). 

Mais violações 

O caso é acompanhado pela codeputada estadual Robeyoncé Lima, da "mandata coletiva" Juntas, a primeira advogada trans, negra e nordestina a conseguir o nome social na carteirinha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

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Roberta foi vítima de mais violações no hospital, conforme aponta a codeputada. Segundo Robeyoncé, ela foi colocada na ala masculina da instituição, que não teria respeitado seu nome social.

A mandatária ainda criticou a falta de interesse da imprensa pelo caso e denunciou a naturalização da violência contra transexuais. 

 

Edição: Vinícius Segalla