Rio de Janeiro

VIOLÊNCIA DE ESTADO

MP-RJ denuncia quatro policiais militares por execução de jovem de 18 anos

PMs agiram "ação típica de grupo de extermínio" e ainda tentaram dar aparência de legalidade à execução

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Lucas Pavuna
Testemunha relatou que jovem estava ferido no chão e chamava pela mãe no momento da abordagem policial - Reprodução

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou na última quinta-feira (24) quatro policiais militares, acusados de terem executado Lucas Azevedo Albino, de 18 anos, no dia 30 de dezembro de 2018. O jovem foi alvo de tiros após passar às 7h10 na garupa de uma moto e o veículo não parar.

A perseguição teve início na Pavuna, bairro da zona norte da capital fluminense. Lucas foi atingido no ombro por um tiro de fuzil e caiu da moto. Ele permaneceu no chão até a abordagem policial. Segundo uma testemunha, ele disse aos policiais que não era bandido e apelou pela presença da mãe.

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Segundo a denúncia, o jovem foi conduzido para a viatura da PM. Alguns minutos depois, por volta de 7h15, durante o trajeto rumo ao Hospital Estadual Carlos chagas, em Marechal Hermes, zona norte da cidade, um dos policiais, em acordo com os demais, atirou na cabeça de Lucas.

"Com vontade livre e consciente e inequívoco propósito homicida, em comunhão com os demais policiais militares, [o policial] efetuou um segundo disparo de arma de fogo na cabeça de Lucas, provocando a fratura de todos os ossos do crânio, a laceração do encéfalo e sua morte imediata, conforme descrito no laudo de necropsia", relata a denúncia.

O Ministério Público afirma que para tentar "dar aparência de legalidade à execução, sob o pretexto de prestação de socorro, os PMs prosseguiram em deslocamento, transportando o cadáver até o hospital, onde teve sua entrada registrada no boletim número 251812300002, às 7h32min".

A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, do MP-RJ, denunciou os PMs Sérgio Lopes Sobrinho, Bruno Rego Pereira dos Santos, Wilson da Silva Ribeiro e Luiz Henrique Ribeiro Silva pelo crime de homicídio duplamente qualificado, em "ação típica de grupo de extermínio", sustenta a denúncia.

Edição: Eduardo Miranda