Na manhã desta quinta-feira (24), o Movimento Unido dos Camelôs (MUCA) organizou uma nova manifestação no Rio de Janeiro. O protesto teve como objetivo denunciar a retirada dos camelôs do Corredor Cultural, na região central, e reivindicar o diálogo da Prefeitura do Rio com a categoria.
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O ato partiu do Buraco do Lume, no centro, onde houve distribuição de cestas básicas, até a Avenida Rio Branco, local em que os manifestantes bloquearam a passagem do VLT, segurando uma grande faixa preta com reivindicações.
A manifestação foi organizada após ser aprovado, pela Câmara Municipal do Rio, na última terça-feira (22), o projeto de lei complementar que compõe o programa Reviver Centro. O projeto enviado pelo Executivo à Câmara é apresentado como um plano de revitalização da região central da capital, com incentivo ao uso residencial da região.
Após ser aprovado em primeira discussão no início de junho, a proposta recebeu mais 126 emendas, no entanto, apenas 50 foram incluídas no texto final. Muitas das emendas que foram rejeitadas pelos vereadores atenderiam algumas das reivindicações dos trabalhadores informais da região.
De acordo com o MUCA, os ambulantes começaram a ser retirados das ruas do centro na manhã da última segunda (21), dentro do âmbito do programa Reviver Centro, e ainda não receberam nenhuma orientação dos órgãos competentes sobre o novo local onde possam trabalhar.
Para Maria dos Camelôs, representante do movimento, é necessária a reorganização do centro, mas que seja inclusiva para os trabalhadores informais.
“Estamos tentando diálogo com o prefeito desde abril. Fizemos atos de protesto em frente à Câmara Municipal, protocolamos ofício, conversamos com vereadores, secretários municipais e, mesmo assim, não fomos incluídos no debate. Não somos contra o Reviver Centro. Somos trabalhadores e geramos renda para a economia da cidade. O projeto não pode impedir que centenas de famílias fiquem sem a sua fonte de sobrevivência de maneira arbitrária e higienista, como quer a prefeitura”, afirmou.
Em resposta ao Brasil de Fato, a Secretaria de Ordem Pública da Prefeitura do Rio afirmou que todos os camelôs removidos são "ambulantes ilegais", ou seja, sem autorização da prefeitura para atuar.
"Todos os legalizados continuam trabalhando. Inclusive, estamos solicitando a padronização desses autorizados, para auxiliar no ordenamento do local. Futuramente, caso seja viável, esses ambulantes que hoje estão ilegais, poderão ser legalizados", disse a secretaria em nota.
Edição: Mariana Pitasse