Primeira moradora da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, imunizada contra a covid-19, a escritora Conceição Campos foi vacinada no último domingo (20) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Após ter a dose aplicada, ela disse a Queiroga que a vacina é verdadeira, mas que a mão que aplicou não é.
O protesto da moradora continuou, mas o ministro, que estava em Paquetá para inaugurar a campanha na ilha, permaneceu em silêncio. Conceição disse que preferia ser vacinada pela infectologista Margareth Dalcomo, que estava no local durante a ação, é pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e defensora da imunização da população.
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A primeira imunizada de Paquetá foi perguntada por Queiroga se estava feliz. Conceição disse que sim, estava feliz por estar vacinada. "Mas não queria ser vacinada por você". Ela disse que não se sentiu confortável por ter sido vacinada pelo representante de um governo que é contrário à vacinação da população, que faz campanha contra a imunização, que é contra o uso de máscaras e que não possui nenhuma política de distanciamento social.
Teste
Na semana passada, a Prefeitura do Rio anunciou a intenção de realizar em Paquetá, no mês de setembro, um "carnaval fora de época" como evento-teste. A festa ocorreria após a vacinação em massa da população do bairro, seria sem o uso de máscaras e de distanciamento social, com o objetivo de testar a eficácia da imunização da população.
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O projeto faz parte de um estudo, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para que toda a população de Paquetá seja imunizada, independente do calendário normal de vacinação no município. A prefeitura, no entanto, não esclareceu como fará o controle de acesso na ilha no dia do evento.
Edição: Eduardo Miranda