O país teve nas últimas 24 horas o maior número de mortos por covid-19 desde 4 de maio – 2.997 –, e, assim, chegam a 493.693 os óbitos causados pelo novo coronavírus. As informações são do painel do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Em relação ao número de novos casos de covid-19 no Brasil, o aumento também foi expressivo: foram 95.367 novos infectados de ontem para hoje (16).
Tanto as mortes quanto os casos de covid-19 estão acima das médias móveis, calculadas nos últimos sete dias. O indicador de novos doentes está em 72.244; e o de mortos em 2.025. A ocorrência de casos diários está no pior patamar desde o dia 1º de abril, quando o Brasil enfrentava o pior momento da segunda onda.
Os dados apontam para uma nova escalada da pandemia, a caminho da chamada “terceira onda”, apontada há semanas por cientistas. Diante dessa tendência, e iminente o risco de colapso do sistema de saúde de todo o país, tal como aconteceu entre março e abril deste ano. O epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Jesem Orellana, lembra ainda que esses dados sofrem de subnotificação.
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“É muito provável que este número seja bem maior. Nossa capacidade de detecção de casos novos não é das melhores. Tanto em função das limitações da tecnologia, como das dificuldades de fazer rastramento dos contatos”, disse à RBA.
“Nos últimos sete dias (9 a 15 de junho), em média, foram computados 1.986 mortos por Covid-19 no Brasil. Caso o padrão de mortes se mantenha, em 23 de junho, quando Brasil e Colômbia jogam pela Copa América, o Brasil terá ultrapassado meio milhão de mortes confirmadas por covid-19”, destaca o epidemiologista da Fiocruz Amazonas Jesem Orellana.
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Com 52 casos de covid-19 nos ambientes da Copa América em dois dias de competição, Jesem relata que o resultado dentro de campo pouco importa. Na vida real, o Brasil é perdedor. “Ainda que o Brasil vença o jogo, terá sido derrotado fora de campo pela falácia do ‘evento esportivo mais seguro do mundo’ e que caminha para a centena de casos novos confirmados, pelo atordoante número de mortos e pela retomada no número de contágios e mortos no país. O Brasil deixou de ser o país do futebol e do samba, para se tornar o lar predileto de variantes de preocupação, da indiferença perante a morte e do negacionismo científico”, disse.