A morte de Kathlen Romeu, grávida de quatro meses, na última terça-feira (8) é a 8ª morte de gestante na Região Metropolitana do Rio de Janeiro desde 2017. Segundo a plataforma Fogo Cruzado, 15 mulheres grávidas foram baleadas no Grande Rio, sete delas morreram. Desses 15 casos, nove bebês não resistiram.
Segundo a Fogo Cruzado, apesar de todas terem sido vítimas da violência armada, as 15 grávidas baleadas no Grande Rio foram vitimadas de diferentes formas: 6 delas foram vítimas de balas perdidas, 4 foram vítimas de execução/homicídio, 3 foram baleadas durante roubo ou tentativa de roubo, 1 foi baleada com indícios de tortura e 1 não teve motivação identificada.
Até março de 2021, a plataforma, que compila dados de segurança pública no estado do Rio, registrou 681 mulheres baleadas na Região Metropolitana do Rio: 258 delas não resistiram e morreram.
Os motivos dos tiroteios que mais deixaram mulheres baleadas foram operação ou ação policial, que fez 194 vítimas ao todo (45 mortas e 149 feridas). Roubo e tentativa de roubo veio em seguida, totalizando 117 vítimas (34 mortas e 83 feridas). Homicídio e tentativa de homicídio (111 vítimas: 74 mortas e 37 feridas); execução e tentativa de execução (68 vítimas: 59 mortas e 9 feridas).
Vítimas mulheres em disputa entre facções/milícias somam 36, sendo 13 mortes e 23 feridas. Em apenas 10% dos casos, não foi possível identificar as circunstâncias dos disparos.
Quase metade das mulheres baleadas na Região Metropolitana do Rio foram vítimas de balas perdidas. Foram 314 mulheres atingidas que não tinham nenhuma participação ou influência direta nos tiros, mas que sofreram igualmente com os efeitos da violência armada: 59 delas morreram.
Chama atenção também que 12% das vítimas (85 mulheres) foram baleadas quando estavam dentro de casa: destas, 49 morreram. E outras 11 eram agentes de segurança: 7 morreram.
Edição: Eduardo Miranda