Rio de Janeiro

CRIME EM FAMÍLIA

Conselho de Ética aprova cassação de Flordelis e caso vai ao plenário da Câmara

Perda do mandato precisa de 257 votos; Deputados têm até 90 dias para cassar parlamentar ou arquivar denúncia

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Deputada Flordelis
Deputada do PSD é ré na Justiça e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada - Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Federal aprovou, nesta terça-feira (8), o parecer que recomenda a cassação do mandato da deputada Flordelis. A parlamentar é acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em 2019.

O placar da votação foi de 16 votos a um, com divergência do deputado Márcio Labre (PSL-RJ). Para o relator, deputado Alexandre Leite (DEM-SP), a morte foi resultado de uma disputa de poder entre Flordelis e Anderson. O pastor seria o "514º parlamentar" da Câmara, que possui 513 cadeiras.

Leia mais: Deputada Flordelis e mais nove acusados de morte de pastor vão a júri popular

Segundo Leite, no ano seguinte à morte de Anderson, Flordelis apresentou quase dez vezes menos propostas que no ano anterior, o que confirma a tese de que o pastor atuava em conjunto com a deputada nas proposições do Legislativo.

Para o relator, além de não estar exercendo plenamente seu mandato como deputada desde a morte de Anderson, Flordelis também usa a imunidade parlamentar como forma de se defender das acusações e para obstruir a justiça e coagir testemunhas.

O deputado disse ainda que o Conselho de Ética não pode passar a sensação de impunidade e que o caso de Flordelis é um exemplo de "crime de estelionato eleitoral".

Agora, o caso segue para o Plenário da Câmara dos Deputados e precisa de 257 para que Flordelis perda definitivamente o mandato parlamentar. A Casa tem até 90 dias para votar a cassação, aprovando ou rejeitando a decisão do Conselho de Ética.

Leia também: Cartão do Supera RJ é distribuído para famílias do interior do estado

Acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e ré na Justiça por homicídio triplamente qualificado (uso de meio cruel, motivo torpe e que impossibilita a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada, Flordelis nega todas as acusações.

Edição: Eduardo Miranda