Rio de Janeiro

JUSTIÇA

Chacina do Jacarezinho completa um mês com ato em memória das vítimas

Lideranças anunciaram que um memorial será construído na entrada da favela em homenagem aos mortos

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Encontro reuniu lideranças comunitárias, familiares e representantes de organizações sociais - Foto: Mandato Dani Monteiro (Psol)

No último domingo (6) a chacina na favela do Jacarezinho que matou 28 pessoas e entrou para a história como a operação policial mais letal do Rio de Janeiro completou um mês. Para marcar a data, familiares das vítimas, ativistas, lideranças comunitárias e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Defensoria Pública e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) participaram de um ato no local onde será erguido um monumento em homenagem aos mortos.

O evento, realizado na quadra da Unidos do Jacarezinho, foi marcado por depoimentos emocionados de mães que perderam os filhos durante a operação. Elas lembraram que no Brasil não existe pena de morte e também exigiram justiça pelos assassinatos.

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De acordo com Margarida Prado, membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e representante da ordem no Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente, as áreas periféricas são lembradas apenas como casos de polícia pelo Estado. “Há décadas esses espaços de comunidade são excluídos de políticas públicas de cidadania. O único momento em que os jovens são vistos é quando são acusados de crimes”, ressaltou ao jornal Extra.

Segundo a reportagem, o monumento que será erguido na entrada do Jacarezinho homenageará também o policial civil André Leonardo de Mello, morto na operação do início de maio. O memorial ainda não tem data para ser erguido, mas os organizadores já buscam artistas plásticos para realizar o projeto.

Rumba Gabriel, compositor da Mangueira e fundador do Portal Favelas, espera que a tragédia lance luz sobre o que acontece rotineiramente nas comunidades cariocas. “A favela não produz droga nem arma. Os traficantes estão nas fronteiras, nos bairros chiques. Por que a inteligência da polícia não vai nessa direção?”, questionou.

Edição: Jaqueline Deister