Saúde

Programa Bem Viver debate impacto do ambiente no aumento da obesidade infantil

Possibilidade de comprar alimentos saudáveis e de usar áreas públicas seguras para lazer garantem menos casos

Ouça o áudio:

Obesidade infantil afeta todos os países e é um grave problema de saúde pública do século 21. - Acácio Pinheiro/Agência Brasília
Precisamos de politicas intersetoriais que promovam cidades saudáveis e seguras

Não são apenas os hábitos pessoais e os programas de educação em saúde que ajudam a combater a obesidade infantil. O lugar onde as crianças vive e os serviços disponíveis nele também influenciam no ganho de peso. É o que mostrou uma pesquisa realizada com ao menos 600 crianças de Belo Horizonte, tema do Programa Bem Viver de hoje (3), quando se celebra o Dia da Conscientização contra Obesidade Mórbida Infantil.

A possibilidade de comprar alimentos saudáveis a preços baixos perto de casa e de usar áreas públicas seguras para prática de atividade física foram fatores relacionados a baixa prevalência de casos de obesidade infantil. O problema, no entanto, foi maior em bairros e regiões com mais comércios vendendo alimentos ultraprocessados e com maiores taxa de criminalidade e de acidente de trânsito.

:: Alunos de escola pública se alimentam melhor do que os da rede privada, diz pesquisa ::

“O estudo mostra que o principal fator para o aumento da obesidade infantil é o ambiente obesogênico, quando vive em um local que não favorece comportamentos saudáveis, sem áreas seguras para atividade física e sem acesso a alimentos de qualidade”, diz a pesquisadora Ariene Silva do Carmo, que conduziu o estudo em seu doutorado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O que chama a atenção, no entanto, é que apenas a existência de áreas de lazer e esporte não resolve o problema da obesidade infantil. “Eles funcionam em bairros seguros. Isso mostra que precisamos de politicas intersetoriais, não são só de ações educação alimentar, mas de políticas que garantam cidades saudáveis e seguras.

De acordo com a Organização Internacional de Estudos da Obesidade Mundial, a World Obesity, a obesidade infantil afeta todos os países e é um dos problemas mais sérios pra saúde pública mundial no século 21.

Em apenas 40 anos a obesidade infantil aumentou em cerca de 10 vezes. O problema pode trazer sérias consequências pra saúde das crianças, até mesmo na vida adulta, como o aumento de risco de doenças cardiovasculares, hipertensão e doenças metabólicas.

:: Fome e Obesidade na Pandemia: os dois lados da moeda no Brasil e nos EUA ::

Justiça por Miguel

Até o próximo sábado (5), movimentos sociais organizam a Semana Internacional Menino Miguel, para cobrar justiça pela morte de Miguel Otávio Santana da Silva, que com apenas 5 anos caiu do 9º andar de um prédio em um condomínio de luxo de Recife (PE) após a patroa de sua mãe, Sarí Côrte Real ter permitido que ele entrasse sozinho no elevador. O caso completou um ano nessa quarta-feira (2).

:: Em Pernambuco, família do menino Miguel cobra agilidade da justiça um ano após morte ::

A mãe dele, Mirtes Renata Santana de Souza, que é empregada doméstica, havia deixado a criança sob os cuidados da patroa, Sarí, para passear com o cachorro da família. Nesse tempo, Miguel quis buscar a mãe e a patroa o colocou no elevador sozinho. No 5º andar, ela apertou o botão do último piso, mesmo ciente de que a criança buscava o térreo.

Serão realizados atos em diversos locais do país além de atividades virtuais. A programação está disponível no Brasil de Fato. Vale lembrar que quem for às manifestações presencialmente deve redobrar os cuidados para evitar contaminações pelo novo coronavírus.

:: Vai aos atos contra Bolsonaro? Relembre orientações sanitárias para minimizar risco ::

Mata Atlântica

Grumixama, cambuci, juçara e cabeludinha. Esses são alguns alimentos saborosos e saudáveis que tem em comum o fato de serem nativos da Mata Atlântica, bioma que se estende por 17 estados do país. No entanto, diversas espécies do bioma estão ameaçadas de extinção principalmente pela exploração descontrolada.

A disponibilidade dos alimentos na Mata Atlântica varia segundo as estações do ano e as mudanças no clima da região. Respeitar esse tempo da natureza pode trazer muitos benefícios para a saúde e para o meio ambiente.

:: Mata Atlântica foi o bioma com mais espécies ameaçadas de extinção no Brasil ::

"O fruto fica in natura, fica mais natural. O alimento da época fica maduro naturalmente, recebe uma exposição solar diferente, então o sabor dele fica diferente, mais ressaltado”, diz o nutricionista Matheus Silva.

A Mata Atlântica é um dos biomas que mais sofrem com o desmatamento no país. Hoje restam apenas 7% de sua cobertura original, distribuídos em estados das regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Edição: Sarah Fernandes