Desde a última sexta-feira (28), Benny Briolly (Psol), vereadora de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, voltou ao país após ter sofrido ameaças de morte. A primeira parlamentar trans eleita na cidade ficou fora do Brasil por cerca de duas semanas.
Segundo a assessoria da vereadora, a medida foi necessária para garantir sua proteção, diante da “omissão do Estado brasileiro em garantir sua segurança”.
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Durante o período em que esteve fora, a vereadora conseguiu ser incluída no Programa de Proteção aos Defensores e Defensoras dos Direitos Humanos (PPDDH), ligado ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. No entanto, quando a vereadora viajava de volta ao Brasil, sua equipe recebeu a notícia de que as medidas de proteção não estariam mais asseguradas.
Segundo a assessoria da parlamentar, a polícia e a própria Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro se negaram a atender a requisição da equipe técnica do PPDDH.
“Importante ressaltar que as medidas de segurança não erradicam a violência política que Benny e outras parlamentares vêm sofrendo. Sim, não é um evento isolado. Tem sido recorrente contra parlamentares negras e travestis. O Brasil é o país que mais mata pessoas trans. O Estado brasileiro está ciente que a vida da parlamentar está em risco. Seguiremos na luta pela segurança de Benny e de todas as lutadoras que ousam incomodar esse sistema”, diz nota divulgada à imprensa.
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De acordo com pesquisa feita pelo Instituto Marielle Franco, 28 mulheres trans eleitas no Brasil relatam terem sofrido algum tipo de violência durante o exercício do mandato, a maioria de partidos de esquerda. Do total, 22,8% disseram ter sofrido ameaças pelo fato de serem trans, sendo 46,5% dessas ameaças partiram de indivíduos ou grupos não identificados.
Edição: Mariana Pitasse