Apesar de terem levado manifestantes às ruas em mais de 200 cidades do Brasil e em outros 14 países no sábado (29), os protestos populares anti-Bolsonaro não foram o principal destaque da edição impressa dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, que estão entre os maiores da mídia nacional empresarial.
O primeiro, por exemplo, mencionou os atos em uma chamada de capa com o título “Milhares vão às ruas contra Bolsonaro e causam aglomeração”, sem foto, mas optou por priorizar na manchete do dia uma reportagem sobre a reinvenção do turismo em cidades brasileiras.
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Já O Globo escolheu como manchete uma matéria sobre o PIB nacional, deixando as manifestações também para uma chamada de capa com menor espaço e sem imagem. Os atos foram lembrados com o título “Protestos contra Bolsonaro reúnem milhares em 21 capitais”, sem imagem para ilustrar a concentração registrada nas ruas.
Internamente, o jornal carioca explorou o tema em uma reportagem de uma página que destacou especialmente a manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo (SP).
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O Correio Braziliense, principal veículo impresso do Distrito Federal (DF), onde se concentra a sede dos Três Poderes, também deu manchete a outro tema – vacinação contra a covid –, mas mencionou na capa o ato em Brasília, com foto da multidão que se reuniu na Esplanada dos Ministérios. O jornal destacou a cobrança por imunizantes e pela saída de Bolsonaro do cargo.
Já a Folha de S. Paulo teve comportamento diferente: inseriu os atos na manchete principal do dia e ilustrou o assunto com foto em tamanho grande da concentração de militantes na Avenida Paulista. Mais que isso, o periódico antecipou, na capa, a ocorrência de protestos em “213 cidades do Brasil e 14 do exterior”, bem como deu informações sobre “multidão” no Rio de Janeiro (RJ) e em Belo Horizonte (BH).
A capa da Folha registrou ainda a violência policial contra manifestantes em Recife (PE) e destacou que “as faixas nos atos [pelo país] pediam o impeachment de Bolsonaro e mais vacinas”.
Edição: Vivian Virissimo