Estão sob sigilo, durante um período de cinco anos, os documentos referentes à operação policial na Favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, que aconteceu no último dia 6, deixando 28 mortos. O acesso restrito às informações foi solicitado pela Polícia Civil do Rio quando os documentos foram enviados ao Ministério Público estadual (MP-RJ).
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A operação na favela é a mais letal da história do Rio de Janeiro e considerada uma chacina por organizações de direitos humanos nacionais e internacionais. No dia da ação, moradores relataram invasão de casas, celulares confiscados e corpos deixados no chão. Também houve denúncias de suspeitos executados depois de terem se entregado.
À imprensa, a Polícia Civil informou que a documentação solicitada possui “informações de caráter sigiloso, inerentes a planos e operações estratégicas de Segurança Pública a cargo da Sepol [Secretaria de Polícia Civil]". A nota também afirma que o conteúdo "pode comprometer e pôr em risco outras atividades de investigação".
O MP-RJ requisitou a documentação, além de informações e imagens aéreas da operação, à Polícia Civil por meio da Força-Tarefa criada para atuar nas investigações das mortes e delitos ocorridos durante a operação. Na última sexta-feira (21), a Força-Tarefa informou que concluiu a tomada de 11 depoimentos de testemunhas, entre as quais se destacam pessoas que presenciaram a ação e a remoção dos corpos.
Edição: Mariana Pitasse