A CPI tem ainda longos dias e farto material para desmascarar a intervenção militar no Ministério
Se o general Eduardo Pazuello acredita que a sua pandemia pessoal acabou com o primeiro depoimento que fez à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), essa é mais uma prova absoluta de que Pazuello não entende de SUS, não entende logística e não entende de CPI e investigação.
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O primeiro depoimento de Pazuello escancarou a sua responsabilidade com mais de 440 mil mortes no país, desfilando mais de 10 mentiras à CPI. Pazuello, na tentativa de blindar Bolsonaro, e tentando defender a missão que diz que cumpriu, mentiu descaradamente no primeiro depoimento que deu à Comissão.
O que Pazuello talvez não saiba é que a CPI não acabou. E para além disso ele deu um material farto para os senadores da CPI aprovarem requerimento de investigação e solicitação de documentos, contratos e agendas dele com o presidente Bolsonaro, assim como solicitação de troca de informações, de troca de mensagens, das suas agendas país a fora, solicitação de convocação para a CPI das figuras que ele citou.
Tudo isso para exatamente confrontar suas mentiras com mais depoimentos e documentos que mostram a sua responsabilidade na tragédia da covid-19 e sua tentativa de blindar Bolsonaro.
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Se Pazuello e o Palácio do Planalto acreditam que ele teve um ótimo desempenho ao se manter firme na blindagem, o general ainda não percebeu que a CPI tem ainda longos dias e farto material para desmascarar definitivamente essa intervenção militar no Ministério da Saúde e mostrar todas as digitais de Bolsonaro na tragédia humana que o Brasil vive hoje.
Queremos saber desde sobre a postura de Eduardo Pazuello e de Jair Bolsonaro na reunião com o governo do estado do Amazonas para discutir as ações do Ministério da Saúde naquele estado, até as decisões sobre as medidas provisórias que buscavam resolver o problema da contratação de vacinas, sem esquecer das decisões claras que induziram o consumo de cloroquina no país.
*Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Vivian Virissimo