Na última terça-feira (18), dois homens que estavam numa motocicleta foram mortos numa abordagem da Polícia Militar na entrada de uma das ruas que dá acesso à comunidade Cidade de Deus, na zona oeste do Rio. Os PMs envolvidos na ação alegaram que Edvaldo Viana, condutor da moto, estava armado e que a arma havia sido furtada por usuários de drogas. Porém, vídeos que circulam na internet mostram os policiais arrastando os corpos para a viatura sem a proximidade de outras pessoas por perto.
Jhonathan Muniz Pereira, de 23 anos, trabalhava com reciclagem e Edvaldo Viana, de 41 anos, era mototaxista. O trabalhador de material reciclável foi identificado hoje pela Polícia Civil. Os familiares ficaram sabendo da morte pelas redes sociais. A mãe do jovem foi ao Instituto Médico Legal (IML) fazer o reconhecimento do corpo e destacou que ele não tinha envolvimento com o crime.
Leia mais: "Não interessa se são traficantes: é pra prender, não matar", diz ex-coronel da PM
A família de Edvaldo também nega envolvimento dele com crimes. De acordo com parentes, ele trabalhava como mototaxista e teria feito uma manobra ilegal no trânsito, no local onde foi morto, para chegar mais cedo em casa. Segundo a versão de testemunhas, mesmo obedecendo a ordem de parar, o motociclista foi alvejado. O corpo de Edvaldo foi sepultado às 15h desta quinta-feira, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na Zona Norte da capital.
A Polícia Militar informou que o secretário da corporação, coronel Rogério Figueredo de Lacerda, determinou que a Corregedoria da PM apure a ação ocorrida na Rua Edgard Werneck, em Jacarepaguá. De acordo com a corporação, "os policiais do 18ºBPM (Jacarepaguá) que participaram da ocorrência foram ouvidos na Delegacia de Homicídios da Capital, e um fuzil da equipe foi recolhido para perícia".
Edição: Jaqueline Deister