Rio Grande do Sul

Solidariedade

Levante Popular da Juventude realiza doação de alimentos em Viamão

Projeto “Periferia Viva” já doou meia tonelada de alimentos a 34 famílias; Ações seguirão nos próximos meses

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Projeto que realiza ações de solidariedade na cidade de Viamão distribui alimentos e produtos de higiene e limpeza para famílias em vulnerabilidade social - Foto: Isabelle Rieger

O Levante Popular da Juventude da cidade de Viamão, região Metropolitana de Porto Alegre, está construindo uma campanha de solidariedade com o objetivo de enfrentar a insegurança alimentar e amenizar as dificuldades enfrentadas pelas famílias. 

O projeto chamado de "Periferia Viva: solidariedade para enfrentar a pandemia em Viamão" beneficia pessoas de diversas regiões do município, entre elas os bairros Cecília, Santa Isabel, Augusta, São Tomé, Aparecida, Centro e Jari. No mês de maio, foram distribuídas 34 cestas básicas, que auxiliaram cerca de 150 pessoas, dando prioridade para as mulheres e famílias que possuem crianças e adolescentes. 

As cestas contaram com diversos produtos que foram adquiridos com comerciantes locais e com agricultores familiares do município, como no caso do arroz ecológico do MST, além de frutas e legumes produzidos em assentamentos da reforma agrária locais. Foram distribuídos também álcool em gel e produtos de higiene necessários aos protocolos de cuidados na pandemia. 

As pessoas interessadas em contribuir com o projeto podem fazer contato através do telefone 051-993424326. O movimento informa que a campanha seguirá nos próximos meses, buscando ampliar a sua abrangência. Doações em dinheiro podem ser feitas através do PIX 51993494549 (em nome de Tassya Ohana). 

Movimento de jovens ajuda a combater os efeitos da fome na cidade de Viamão / Foto: Isabelle Rieger

Cenário da pandemia atinge principalmente as mulheres

O movimento ainda lembra que, após um ano de pandemia, se confirma no Brasil um dos cenários sanitários mais desastrosos entre os previstos pelos especialistas. Na escala dos estados brasileiros, o Rio Grande do Sul figura em quarto lugar no número de casos de coronavírus, mais de 1 milhão, e no número de mortes, mais de 26 mil gaúchos. 

Lembra ainda que as consequências dessa crise atingem a todos, principalmente famílias em situação de maior vulnerabilidade e risco, ocasionando mudanças em seus cotidianos. Diante disso, agrava-se as dimensões de uma crise social que o país já enfrentava, resultando no aumento do desemprego e da insegurança alimentar. 

A data escolhida para a primeira entrega foi simbólica, o 8 de maio, véspera do dia das mães. Isto porque o público alvo do projeto são as mulheres chefes de famílias que possuem adolescentes e crianças em casa. Frente à pandemia, as mulheres são um dos segmentos mais atingidos, principalmente as chefes de família, que além de garantir o sustento dos demais, precisam dar conta dos cuidados com os mesmos. 

“A carga de trabalho das mulheres trabalhadoras aumentou no ‘distanciamento social’ e somos as principais afetadas pelo desemprego, que nos atinge em quase 17%. Em decorrência da necessidade de permanecer mais tempo em casa, as mulheres que residem com seus agressores sofrem também com o aumento dos ciclos de violência doméstica”, pontuou Aléxia Prestes, uma das coordenadoras da campanha.

O projeto, além da distribuição dos produtos, realiza acompanhamento social com as famílias, realizando a articulação com diferentes programas, projetos e parceiros que auxiliem no enfrentamento a essas dificuldades, afirma a coordenação do movimento na cidade. 

Segundo Cristiane Araújo, moradora do bairro Augusta, o projeto chegou em boa hora em sua vida, pois estava realmente necessitada. Ela afirma ainda que as militantes do movimento têm mantido um contato fraterno, apoiando em outras questões além da doação de alimentos.

"As meninas são muito atenciosas no atendimento, além do alimento elas trazem conforto e alento, nos ajudam com outras questões. O projeto vale muito a pena, além da doação de alimentos, a gente ajuda o meio ambiente, pois os alimentos são todos orgânicos", relatou Cristiane.

A coordenação do movimento na cidade ressalta que esse projeto e as ações de solidariedade têm sido possíveis graça a articulação de uma série de agentes, entre eles o apoio da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) e a parceria do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).


Compra de alimentos para as cestas privilegiou comerciantes locais e produtores familiares de assentamentos da reforma agrária / Foto: Isabelle Rieger


Além de alimentos, as cestas continham produtos de limpeza e álcool gel / Foto: Isabelle Rieger


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Edição: Katia Marko