Rio de Janeiro

MEMÓRIA

Jorge Picciani, ex presidente da Alerj, morre em São Paulo

O político, de 66 anos, estava internado desde o dia 8 de abril para tratar um câncer na bexiga e não resistiu

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Picciani foi um dos nomes fortes do MDB no estado do Rio durante a gestão de Sérgio Cabral
Picciani foi um dos nomes fortes do MDB no estado do Rio durante a gestão de Sérgio Cabral - Valter Campanato/Agência Brasil

O ex-deputado estadual do Rio de Janeiro Jorge Picciani (MDB) morreu na madrugada desta sexta-feira (14) em São Paulo. O político estava internado desde 8 de abril no Hospital Vila Nova Estar para o tratamento de um câncer na bexiga.

Picciani presidiu a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) por quatro mandados consecutivos, entre 2003 e 2010. Em 2015, após ficar quatro anos afastado, ele voltou a ocupar o cargo de presidente da Casa, ficando até 2017, quando foi afastado novamente após o escândalo de corrupção na Alerj desencadeado pela Operação Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato, que cumpria mandados de prisão contra deputados estaduais e empresários do setor de ônibus.

Um ano depois, já em prisão domiciliar, Picciani e outros nove parlamentares foram alvo da Furna da Onça, sobre o recebimento de propinas mensais de até R$ 100 mil e de cargos para votar de acordo com o interesse do governo. O esquema teria movimentado pelo menos R$ 54 milhões, segundo a Polícia Federal. Em 2019, ele foi condenado há 21 anos de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 2ª região.

Trajetória

Formado em contabilidade pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em estatística pela Escola Nacional de Estatística, Picciani conquistou o primeiro de seus seis mandatos como deputado estadual em 1990. Tentou uma vaga no Senado em 2010 com o apoio do então governador Sérgio Cabral, mas obteve 3.048.034 votos e não alcançou o objetivo.

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Com uma longa passagem pela Alerj, Picciani foi autor de projetos como a redução de férias de parlamentares e a lei que garantiu vagões exclusivos para mulheres na hora do rush em trens e no metrô do Rio. O ex-parlamentar também criou a Comissão de Ética da Alerj, a TV Alerj, a Escola do Legislativo, o Fórum de Desenvolvimento do Estado e o Parlamento Juvenil.

O ex-líder do MDB fluminense era casado com Hortência Oliveira Picciani e deixa cinco filhos: o deputado federal Leonardo Picciani (MDB); o deputado estadual Rafael Picciani (MDB); Felipe; Arthur e Vicenzo.

Por meio de nota, a Alerj lamentou a morte do político.

"A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a morte do ex-deputado e ex-presidente da Casa, Jorge Picciani. A Casa foi informada oficialmente do falecimento no início da manhã de hoje pela família de Picciani, que presidiu a Alerj por três mandatos. O presidente da Casa, André Ceciliano, ofereceu as instalações do Salão Getúlio Vargas para o velório, que deve acontecer no inicio da noite desta sexta-feira. A Casa irá decretar luto oficial de três dias".
 

Edição: Jaqueline Deister