Após a pressão de diversos setores, como lideranças políticas, entidades de pesquisa e acadêmicos, o governo federal desbloqueou nesta quinta-feira (13), em portaria editada pelo Ministério da Economia, R$ 152 milhões do orçamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Nos últimos dias, a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, vinha anunciando o eminente fechamento da universidade por dificuldades financeiras. Em artigo no jornal "O Globo", a reitora havia dito que o governo "optou pelos cortes, e não pela preservação dessas instituições", disse ela, lembrando que a crise atinge universidades federais em todo o país.
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O anúncio de desbloqueio do orçamento foi feito pela página da Associação de Docentes da UFRJ. A vitória foi tida como parcial, já que, segundo a reitoria, R$ 41 milhões do montante seguem bloqueados. A falta dos recursos, como ressaltou Denise em artigo, impede a instituição de pagar contas de segurança, limpeza, eletricidade e água.
“É uma primeira vitória, mas que não deve nos tirar do foco que é a recomposição do orçamento no mínimo para o valor de 2020”, disse o pró-reitor de Planejamento e Finanças, professor Eduardo Raupp. Mesmo com todo o atual orçamento liberado, o funcionamento da instituição só estaria garantido até setembro, acrescentou o pró-reitor.
Desmonte
Segundo a instituição, em 2012 a UFRJ tinha R$ 773 milhões em caixa. Desde então, mesmo com a inflação e aumento de vagas e de sua estrutura, o ciclo de subfinanciamento prosseguiu: em 2013 caiu para R$ 735 milhões; em 2014, para R$ 611 milhões. Agora em 2021, R$ 299 milhões. Em valores brutos, houve uma perda de, pelo menos, R$ 474 milhões de 2012 até agora.
A UFRJ também aponta para o descompasso entre o crescente número de estudantes e a redução dos recursos. Segundo a universidade, em 2008 eram cerca de 34 mil alunos de graduação que tinham vínculo com a instituição. Já agora, o número passa de 57 mil. A expansão da universidade foi nítida com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
Edição: Eduardo Miranda