O filho da trabalhadora e trabalhador da cidade se alimenta com o nosso produto orgânico
Há mais de vinte anos, assentados da Reforma Agrária no Rio Grande do Sul conquistaram a condição de maiores produtores de arroz orgânico da américa latina. O compromisso é assumido enquanto Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirmando uma contraposição à lógica de exploração e destruição feita pelo agronegócio.
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Marildo Mulinari é do setor social organizativo da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap). Ele afirma que o trabalho de assentados e assentadas é um patrimônio.
“O nosso grande patrimônio é a produção de alimentos saudáveis e agroecológicos. Porque é da nossa natureza política e organizativa proteger o meio ambiente e o ser humano. Essa proposta de produção vem de encontro com uma opção de vida”, afirma.
A Cootap produz arroz orgânico totalmente livre de venenos. segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), na safra 2020-2021 os assentados devem colher mais de 12 mil toneladas. Para se ter uma ideia, essa quantidade equivale a 248 mil sacas de 50kg do grão.
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Mais de 380 famílias em todo o estado trabalham na produção do arroz orgânico. Esse modelo coletivo de produzir o alimento gera distribuição de renda e integração social e econômica para 12 assentamentos da Reforma Agrária.
Celso Alves, coordenador do setor de grãos da Cootap, afirma que o trabalho é feito com base em pesquisas e inovações.
“Nós buscamos em cada sistema de produção, reafirmar o manejo, as tecnologias. Sempre buscamos desenvolver também as pesquisas e inovações”, explica.
A produção do arroz orgânico é dividida em cinco etapas. São elas: drenagem da área e renovação do material orgânico; preparação do solo; plantio das sementes; estabelecimento da lavoura; além da colheita.
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Nelson Krupinski, do setor de comercialização da Cootap, explica um pouco sobre o processo de produção até a venda.
“Nós temos o objetivo de produzir o grão, secar, deixar armazenado e depois de tudo isso, para agregar valor, levamos para a agroindústria, onde depois de passar por lá, fazemos a venda”, detalha.
O valor do arroz é comercializado a um preço justo. A ideia é contrapor os monopólios das grandes empresas que controlam o setor. Além disso, a Cootap também realiza diversas ações solidárias no estado, como afirma Nelson Krupinski.
“O nosso alimento é distribuído para milhares de escolas de todo o Brasil. E o nosso alimento é acessado por crianças em vulnerabilidade social. O filho da trabalhadora e trabalhador da cidade se alimenta com o nosso produto orgânico”, salienta.
Para comprar o arroz orgânico produzido pela cooperativa é só entrar em contato com as lojas do armazém do campo e da reforma agrária mais perto de você.
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Edição: Daniel Lamir