Governo na mira

CPI da Covid vai ouvir Wanjgarten, Ernesto Araújo e presidente da Pfizer no Brasil

Também prestarão depoimento gestores do Amazonas, Fiocruz, Butantan e laboratórios que produzem vacina contra covid

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Convocação de nomes como Fábio Wajngarten e Ernesto Araújo é defendida especialmente pela oposição ao governo Bolsonaro, que tenta investigar detalhes sobre tratativas relacionadas à pandemia - Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a condução do combate à pandemia no Brasil aprovou, nesta quarta-feira (5), a coleta de novos depoimentos no âmbito das atividades do colegiado. Em mais uma rodada de oitivas, serão ouvidos os ex-ministros Fábio Wajngarten (Secretaria Especial de Comunicação Social e porta-voz da Presidência da República) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores), bem como os presidentes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Butantan, além de nomes ligados ao tema da vacinação.

Os senadores também chancelaram a vinda do secretário-executivo de Saúde do estado do Amazonas, João Paulo Marques dos Santos. O estado ocupou, em diferentes momentos, o epicentro da pandemia no país, e a falta de oxigênio registrada em unidades de saúde da capital em janeiro deste ano se tornou objeto da CPI.

::Mandetta afirma que filhos de Bolsonaro participavam de decisões sobre a pandemia::

Apesar do que vinha sendo pressagiado nos últimos dias, não foi colocada em votação pelos senadores a proposta de oitiva do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Paralelamente, o governo Bolsonaro e aliados tentam executar uma estratégia de convocação de gestores locais. A medida vai no contrafluxo das forças políticas que conseguiram a criação da CPI, indesejada pela gestão federal, que busca expandir o escopo das investigações para tirar o foco das políticas implementadas pelo Planalto.

A tropa governista busca equacionar os danos políticos gerados pela comissão ao governo, dividindo o ônus entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e gestores estaduais e municipais. A ideia é investigar o passo a passo de repasses da União feitos aos entes federados para o combate à pandemia.

Vacinas

A CPI também irá ouvir representante da empresa farmacêutica União Química, que tem parceria com a empresa russa produtora da vacina Sputnik V, para a elaboração do imunizante. Outro depoimento aprovado é o da atual presidenta da Pfizer no Brasil, Marta Diéz, bem como o do ex-presidente da empresa Carlos Murillo.

O objetivo é que eles esclareçam pontos relacionados às tratativas de suas empresas com a gestão Bolsonaro sobre a venda de vacinas contra a covid para o Brasil.

Calendário

A CPI da Covid já recebeu, ao todo, mais de 400 requerimentos de informações, de convite e convocação de autoridades que poderão ser ouvidas. De acordo com o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), nesta quinta (6) serão apreciados pedidos de levantamento de dados.

De acordo com o calendário oficial do colegiado, as próximas audiências agendadas são: quinta, dia 6 (ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; e presidente da Anvisa, Barra Tores); terça, dia 11 (Wajngarten, Marta Díez e Carlos Murillo); quarta, dia 12 (presidentes da Fiocruz e do Butantan); na quinta, dia 13 (Ernesto Araújo e presidente da União Química).

Edição: Vinícius Segalla