O número de empregadas domésticas que contribuíram para a Previdência Social caiu de 2,2 milhões para 1,6 milhão entre o quarto trimestre de 2019 e o mesmo período de 2020.
A queda reflete uma diminuição expressiva na quantidade de pessoas ocupadas no setor: de 6,4 milhões para 4,9 milhões.
Os dados fazem parte de um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o setor, divulgado na última terça-feira (27), Dia da Empregada Doméstica.
O material baseou-se em números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A queda no número de pessoas ocupadas no setor, de 23,4%, é quase três vezes mais profunda que a redução no quadro geral do país, 8,7%. A pandemia de covid-19, que coincide com o período analisado, pode ser uma das causas do fechamento de vagas.
Os gráficos elaborados pelo Dieese também ressaltam que aumentou, de 73% para 75%, a proporção de trabalhadores domésticos remunerados sem carteira de trabalho.
O rendimento médio mensal do trabalhador doméstico remunerado caiu de R$ 924 para R$ 876 entre o quarto trimestre de 2019 e o de 2020.
O levantamento do Dieese aponta ainda que, do total de trabalhadores ocupados no trabalho doméstico remunerado, 92% são mulheres, das quais 65% são negras.
Segundo o Dieese, os trabalhadores informais ganham 40% menos do que os formais e os negros recebem, em média, 15% a menos que os não negros.
Edição: Leandro Melito