Rio de Janeiro

PANDEMIA

Morte de jovens entre 20 e 29 anos por covid aumenta mais de 1.000%, segundo Fiocruz

Rio de Janeiro registrou a taxa mais alta de letalidade pela doença nas duas primeiras semanas de abril

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
"A alta proporção de testes com resultados positivos revela que o vírus permanece em circulação intensa em todo o país", afirma um trecho do Boletim da Covid-19. - Eugenio Sa/APF

O número de casos e óbitos pela covid-19 entre os jovens aumentou 1.081,82% no período de 4 a 17 de abril em relação às duas semanas anteriores, segundo o Boletim do Observatório Fiocruz divulgado nesta sexta-feira (23). O documento da Fundação Oswaldo Cruz compila dados sobre a pandemia em todo o Brasil. Nas idades de 40 a 49 anos (1.173,75%) houve o maior crescimento do número de casos.

O aumento global, para todas as idades, entre o início de janeiro e agora, foi de 642,80%. Algumas faixas etárias mantiveram crescimento superior ao global: 20 a 29 anos (745,67%), 30 a 39 anos (1.103,49%), 40 a 49 anos (1.173,75%), 50 a 59 anos (1.082,69%) e 60 a 69 anos (747,65%). Para os óbitos, o aumento global foi de 429,47%. As mesmas faixas etárias tiveram aumento diferenciado: 20 a 29 anos (1.081,82%), 30 a 39 anos (818,60%), 40 a 49 anos (933,33%), 50 a 59 anos (845,21%) e 60 a 69 anos (571,52%).

Quanto à internação em unidades de Terapia Intensiva (UTI), a ocupação destes leitos foi bastante diferenciada ao longo das 14 semanas em análise. Na Semana Epidemiológica 1 (janeiro), a proporção de pacientes com menos de 70 anos internados em leitos de UTI foi de 52,74%. Na segundo semana de abril, esta proporção foi de 72,11%. Os números, segundo a investigação, sugerem que a ocupação dos leitos de UTI pela população mais jovem tem aumentado.

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"Se em 2020 o patamar ficou conhecido pelo óbito diário de 1 mil pessoas, nas próximas semanas este valor pode permanecer em torno de 3 mil óbitos. A alta proporção de testes com resultados positivos revela que o vírus permanece em circulação intensa em todo o país", afirma um trecho do Boletim da Covid-19.

Letalidade

Segundo a Fiocruz, Rio de Janeiro (8,3%), Paraná (6,2%), Distrito Federal (5,3%), Goiás (5,2%) e São Paulo (5,1%) apresentaram as maiores taxas de letalidade. De acordo com os pesquisadores, os valores elevados de letalidade revelam graves falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde nesses estados, como a insuficiência de testes diagnóstico, identificação de grupos vulneráveis e encaminhamento de doentes graves.

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Segundo o Painel do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), até ontem o Brasil tinha 14,1 milhões de casos de covid e 383.502 óbitos em decorrência da doença. Já o Rio de Janeiro, registrava até quinta-feira (22), ainda segundo o Conass, 716.103 casos e 42.362 mortes pela doença.

Edição: Eduardo Miranda