A oferta de ônibus em circulação no Rio é a metade do que está prevista em contrato. A Prefeitura da capital fluminense determina que haja pelo menos 80% nas ruas e 20% em reserva técnica. As informações fazem parte de um dossiê sobre transporte urbano elaborado pela Casa Fluminense a partir de dados da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) da capital do estado.
Leia mais: Rodoviários da região metropolitana do Rio anunciam paralisação na segunda (26)
Segundo a Casa Fluminense, o número reduzido de transporte coletivo rodoviário na cidade não tem relação com a pandemia da covid-19, já que a quantidade de ônibus nas ruas do Rio já era de 55% da frota determinada na semana que precedeu o anúncio das medidas de enfrentamento da emergência sanitária por conta do novo coronavírus.
O relatório da Casa Fluminense, que fez um monitoramento dos 12 meses de pandemia, revela que, ao contrário do necessário para o distanciamento social, "houve uma brusca redução na frota e na oferta de linhas, evidenciando antigos problemas de superlotação nos
transportes e novos recordes de contágio da doença".
Desaparecimento das linhas
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) vem apurando o desaparecimento de mais de 150 linhas de ônibus. Em agosto do ano passado, a Prefeitura do Rio criou um comitê executivo para resolver o sumiço das linhas de ônibus. Mas segundo o levantamento da Casa Fluminense, até fevereiro, 118 linhas seguiam fora de circulação.
Em números absolutos, em fevereiro de 2020 eram 81 linhas fora de circulação. Um ano depois, em fevereiro de 2021 eram 118. No total, 37 linhas de ônibus regulares sumiram em 12 meses de pandemia. A escassez de transporte também ocorre entre ônibus intermunicipais que deixaram de circular na Região Metropolitana após o início da pandemia.
"Embora os dados de GPS dos ônibus intermunicipais não sejam divulgados publicamente pelo Detro [Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio] denotando a falta de transparência sempre reivindicada ao setor, foi identificado que este é um problema em Itaguaí, onde a linha 570P deixou de circular, e em Seropédica, onde a linha 737P não está operando, apesar de determinação do órgão responsável", afirma o relatório.
Com a mudança na gestão da Prefeitura do Rio, a Secretaria de Transportes identificou 40 linhas de ônibus prioritárias que deveriam retomar o serviço. As linhas categorizadas como de prioridade alta deveriam voltar a circular até final de março. Mas a antecipação dos feriados de abril e as novas restrições de circulação fizeram o calendário ser suspenso novamente.
Edição: Eduardo Miranda