Não é possível falar de Meio Ambiente sem falar, diretamente, da questão indígena
O programa Bem Viver desta quarta-feira (21) destaca a resistência secular dos povos indígenas e a agenda de lutas do Abril Indígena. Desde 2004, povos de diversas etnias se reúnem na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e formam o Acampamento Terra Livre. Desde o ano passado, no entanto, o evento ocorre de maneira virtual, por causa da pandemia do novo coronavírus.
Um dos destaques é o trecho da entrevista que a coordenadora da Associação de Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara, concedeu ao Brasil de Fato Entrevista, na qual relaciona a causa indígena à causa ambiental. Segundo ela, são questões indissociáveis, e "quando falamos sobre Meio Ambiente, falamos sobre nosso corpo, nosso território e nosso espírito".
:: Confira a entrevista completa com Sônia Guajajara no Brasil de Fato Entrevista ::
“Temos hoje um governo que é totalmente inimigo dos povos indígenas, que quer praticar de forma acelerada e ilegal esse entreguismo dos territórios indígenas. Um governo que desde a sua campanha já anunciava que na sua gestão não haveria nenhum centímetro demarcado para povos indígenas”, diz Guajajara.
Veneno à mesa
O uso desenfreado dos agrotóxicos no país também é tema desta edição do Bem Viver. Nos últimos dois anos, o governo Bolsonaro liberou mais de mil novos venenos agrícolas, que não são perceptíveis ao olfato ou paladar, mas que podem causar doenças como o câncer.
"A gente reuniu uma série de estudos científicos, dados oficiais de órgãos oficiais e posicionamentos técnicos e científicos de várias instituições do Brasil. De 2017 para cá essas instituições começaram a observar o impacto nefasto de uma possível aprovação do que a gente chama de PL do Veneno", conta a toxicologista Karen Friedrich.
O PL do Veneno é o Projeto de Lei 6299/02, que aguarda votação na Câmara dos Deputados e pretende flexibilizar a Lei dos Agrotóxicos (7.802/89).
:: "Coquetel de veneno": organizações denunciam risco crescente do uso de agrotóxicos ::
Tiradentes
Hoje é feriado nacional de Tiradentes, como era conhecido Joaquim José da Silva Xavier, considerado um prócere nacional. Mas a data ainda é cercada de mistérios: você sabia, por exemplo, que sua cabeça foi roubada e nunca mais reapareceu? Ou que a barba e o cabelo compridos são provavelmente invenções?
O professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), João Furtado, explica que a maioria dos inconfidentes se rebelava contra a forma agressiva com que Portugal cobrava os impostos no estado.
:: Por que um feriado nacional em homenagem a Tiradentes? ::
“Ricos, principais sonegadores, tinham seus bens confiscados à força”, revela João Furtado.
“Ele era o líder que mais divulgava as ideias da Inconfidência. Ao dar muita publicidade à Inconfidência, foi identificado como o principal propagandista e escolhido para ser eliminado pela coroa”, explica o professor, questionado sobre o porquê de ter sido ele o único inconfidente morto. Outros creem que foi para servir de exemplo por ser o mais pobre entre os inconfidentes, que integravam a burguesia.
O enforcamento aconteceu na praça da Lampadosa (hoje praça Tiradentes), no centro do Rio de Janeiro (RJ). Seu corpo foi esquartejado e suas partes foram colocadas ao longo da estrada até Vila Rica (atual Ouro Preto, em Minas Gerais), onde foi exibida sua cabeça.
Sintonize
O programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista.
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Edição: Morillo Carvalho