Rodoviários de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá, na região metropolitana do Rio de Janeiro, decidiram realizar uma paralisação na próxima segunda-feira (26).
O plebiscito, concluído na tarde da última sexta-feira (16), teve um total de 1.558 participantes, sendo que 1.481 optaram pela deflagração da paralisação, 64 foram contrários e 13 votaram em branco.
O protesto tem como objetivo demandar a inclusão da categoria no calendário de grupos prioritários para a vacinação contra a covid-19, além de exigir maior empenho do governo federal na aquisição dos imunizantes.
Leia também: Brasil na pandemia: o colapso já chegou e a vacinação segue atrasada
Nesta segunda-feira (19), o Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) comunicou às empresas, à Justiça e às autoridades do Estado e dos municípios a decisão da votação, de acordo com a Lei 7.783/89. Uma carta aberta à população será divulgada para explicar os motivos do protesto.
“Não tem sentido os rodoviários serem deixados para trás nessa campanha de vacinação. Os ônibus continuam a ser vetores de transmissão da doença e os rodoviários continuam expostos no seu cotidiano, enfrentando passageiros que não usam máscaras e jornada de trabalho intensa", afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
"Desde março do ano passado, até o último fim de semana, já somamos 49 mortos pelas consequências de covid em nossa base, mas o número pode ser maior”. ressalta Oliveira.
O dia 26 de abril foi estabelecido para a paralisação pois é a data de início da vacinação de categorias profissionais, segundo o calendário unificado de vacinação das prefeituras do Rio de Janeiro, Niterói, Maricá e Itaguaí.
Vacinação
Segundo levantamento do Sintronac, em Niterói seriam necessárias 3.443 doses para os rodoviários de 12 empresas; em São Gonçalo, 7.147 profissionais em 14 viações; em Maricá, 1.226 em uma companhia; em Itaboraí, 263, também em uma empresa; e, em Tanguá, sete vacinas para os rodoviários de uma viação.
:: Impactos da covid: regiões registram número maior de mortes do que nascimentos ::
“A vacinação dos rodoviários não impactaria no quadro geral de imunização da população pelo pequeno número de doses necessárias para atender à categoria, de acordo com o universo populacional de cada cidade”, afirma em nota o sindicato.
O texto destaca ainda que desde janeiro tem enviado ofícios às prefeituras alertando sobre a necessidade urgente da vacinação dos rodoviários. Apenas a Prefeitura de Niterói acenou com a possibilidade de imunização da categoria pela Sputnik V, cujos primeiros lotes adquiridos pela municipalidade chegariam à cidade em maio.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Mariana Pitasse
